O empresário José Niczay Sobrinho, 49 anos, proprietário do tradicional restaurante Nick Costela no Rolete, que funciona há 13 anos, foi assassinado por ladrões, na tarde de ontem, na esquina das Ruas Bruno Filgueira e Frederico Cantarelli, Bigorrilho. O corpo demorou a ser removido, porque, o Instituto de Criminalística, atendia ao quinto homicídio do dia. Até as 21h30, foram dez.
Por volta de 16h, Nick, como era conhecido, chegava de carro ao seu restaurante, que funciona anexo à sua residência, depois de ter ido ao banco, e foi surpreendido pelos bandidos, em uma moto. Um dos ladrões teria se assustado durante a ação e atirou no peito na vítima.
Segundo o delegado Paulo de Castro, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), familiares de Nick contaram na delegacia que os ladrões levaram R$ 3.500, como estava registrado no comprovante de saque que ele tinha na carteira.
Testemunhas
Uma funcionária limpava a frente do restaurante, que abriria ao público às 18h, e testemunhou o crime. Ela contou que Nick havia estacionado o carro e permaneceu alguns minutos dentro do Honda Civic placa ACL-0333.
Havia retornado do Bradesco, da Rua Padre Anchieta. Quando desceu do carro foi abordado pelos bandidos de capacete, em uma Twister 250 vermelha, com as placas encobertas.
De acordo com a testemunha, o garupa pulou da moto com um revólver em punho e anunciou o assalto. “Ele achou que era brincadeira e até riu”, contou a funcionária.
O filho de Nick viu o pai entregando objetos do bolso e foi baleado quando tirava o Rolex do pulso. A investigadora Célia, da Delegacia de Homicídios acredita que, por conta do movimento nas ruas, o ladrão se assustou e atirou. Testemunhas contaram que os motoqueiros estavam parados há algum tempo na esquina das ruas.
Segundo o soldado Agostinho, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, o tiro atingiu o peito da vítima. A bala saiu pelas costas e atingiu o vidro da porta do motorista do Honda Civic. Socorristas do Siate tentaram salvar o empresário, que morreu em frente ao seu restaurante.
Imagens
A nora de Nick, Vanessa Niczay, contou que nem o relógio, nem a carteira foram levados. O delegado Paulo de Castro informou que entrará em contato com o banco para pedir as imagens das câmeras de segurança a partir da hora registrada no comprovante da vítima.
Fama feita com trabalho
Os curitibanos conhecem a famosa costela do Nick desde 1996. O empresário trabalhava no comércio de joias e, como hobby, assava carne todo fim de semana.
O sucesso foi tanto que Nick passou a atender pedidos por encomenda. Hoje, além da matriz, existem outros três restaurantes na Água Verde, Batel e Hugo Lange, além de franquias em outros estados.
Nick deixou esposa, um filho de 30 anos, e dois netos, uma menina de 6 e um menino de 12 anos. As duas crianças, segundo a nora, estavam no interior do restaurante quando o crime aconteceu.
“Eles vieram visitar o avô”, contou Vanessa. Segundo ela, apesar de ser um empresário muito bem-sucedido e conhecido pela sociedade curitibana, o sogro era um homem simples e brincalhão. “Ele tinha muitos amigos e atendida todos do mesmo jeito”, contou.
Comoção
O número de pessoas que foram até o restaurante quando souberam da notícia da morte mostra como Nick era querido. “Ele era um comerciante de primeira linha. Sempre tratava todo mundo bem”, contou emocionado o advogado Antônio Carlos Ferreira, 54 anos, que era um de seus fieis clientes.
