Uma creche, que fica entre os Jardins Bonilauri e Cláudia, em Pinhais, está na linha de tiro de uma briga de gangues. Somente na tarde de ontem dois tiroteios assustaram os moradores e foi dado o aviso que, no fim de semana, haverá mortes na região, para vingar os assassinatos de dois jovens na noite de segunda-feira, no Conjunto Áquila.
O Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jaqueline Batista de Paula, fica na Rua Calhandra, a mesma que divide as duas vilas, e também serve de limite à atuação das gangues. Segundo testemunhas, na tarde de ontem, policiais militares do 17.º Batalhão foram chamados duas vezes.
“O primeiro tiroteio foi por volta do meio-dia. Ouvimos muitos tiros. Quando a polícia chegou, já estava tudo tranquilo. O outro, foi às 16h30. Vários rapazes chegaram em um Uno e em uma moto e deram vários tiros para cima”, contou um morador, que não quis se identificar.
O diretor de Departamento de Segurança Pública e Patrimonial da Prefeitura de Pinhais, José Arildo, disso que a maior preocupação é garantir a segurança da população, principalmente das mais de 300 crianças que frequentam a creche.
“Estamos em contato direto com a PM. Além disso vamos agilizar a formalização da Guarda Municipal”, disse. O diretor também falou que a Secretaria da Educação já autorizou outro muro para a creche.
Vingança
Na noite de segunda-feira, Jhonatan da Silva, 19 anos, e Murilo César Wigand Coelho, 18, foram executados a tiros no Conjunto Áquila, longe da Rua Calhandra. No entanto, Jhonatan morava na região e, segundo os seus amigos, foi assassinado pelos integrantes da gangue rival.
Uma professora da escola disse que as crianças das duas vilas frequentam a creche e, que para os funcionários, não há nenhum tipo de distinção. Mas trabalham com medo, pois têm que conviver com a violência diariamente.
“Logo depois do primeiro tiroteio, quando as crianças estavam saindo, um jovem disse que esse feriado não ia passar sem uma morte na região”,contou uma mulher.
