Vamos ajudar?

Quando o medo que uma menina de 12 anos sentia da PM vira uma boa ação pra valer o domingo

Uma ocorrência inusitada com dois policiais militares de Curitiba e uma garotinha de bicicleta, neste final de semana, terminou de uma forma inusitada e se transformou numa grande corrente virtual neste domingo (6). Os soldados Ayres da Silva Alves e Yoriel Fernando de Almeida Barros foram acionados pelo COPOM para dar assistência a um “reclamante” que ligou para a PM dizendo que uma garota aparentemente perdida estava de bicicleta na Linha Verde, próximo ao Hospital Vita.

“Quando chegamos, enquanto meu parceiro, Sd. Barros, conversava com o guincheiro (que ligou para a PM), eu sentei no meio fio com a menininha, que tinha 12 anos, e comecei a conversar com ela pra entender o que estava acontecendo”, explicou o soldado Ayres. O policial afirmou que de início achou se tratar de uma fuga de casa ou ocorrência de maus tratos, mas, para sua surpresa, o motivo era outro.

+ Leia mais: Aglomeração e desrespeito marcam o fim de semana em parques estaduais na região de Curitiba

A menina Alana, que estava com uma bicicleta bem surrada, abriu o seu coração. “Nervosa e chorando, ela disse que não confiava na Policia, mas começou a contar o que ela estava fazendo ali sozinha. Ela saiu do município de Colombo e estava indo até o bairro Hauer, em uma feira de filhotes, para ver um cachorrinho Basset para dar de presente de aniversário para sua mãe no dia 04 de outubro”, contou.

O detalhe é que a garota não tinha dinheiro no bolso e afirmou que não saberia como pagar pelo cachorrinho. Pra confirmar o que ela falou, o policial verificou o celular e no GPS constava o endereço da Feira de Filhotes. “Verifiquei as pesquisas e realmente eram sobre o cachorrinho. Ela quer dar um desses para mãe, pois o da mãe dela foi atropelado e morreu”.

+ Caçadores de Notícias: Pai que faz rifas para tratamento do filho com paralisia cerebral cria ONG para ajudar outras crianças

Quando o soldado Ayres perguntou se ela tinha avisado a mãe, a garota contou: “Ela disse que tinha deixado um bilhete avisando, pois a mãe estava dormindo no momento em que ela saiu”, contou. “Chegando lá chamamos a mãe da menina, Luana, que confirmou ser a mãe e nos mostrou o bilhete que continha palavra lindas”, acrescentou o policial em seu relato.

Corrente do bem

Diante de tudo isso, e por ver que a menina não tinha condições de pagar pelo cachorrinho que queria dar de presente para a mãe, os policiais decidiram se mobilizar e lançaram uma vaquinha virtual para juntar o dinheiro.

>>> Quem quiser ajudar, pode acessar a vaquinha NESTE LINK e contribuir com qualquer valor.

“Uma situação tão inesperada, que podia ter custado caro, até mesmo uma vida, se tornou uma ação entre amigos por uma atitude nobre de uma criança”, disse Ayres, que ainda completou. “A menina Alana não tomou a melhor decisão em sair sozinha pra um destino tão longe, até porque talvez não conhece os perigos que a vida impõe, porém foi uma atitude louvável, pois num mundo tão sombrio que hoje vivemos, ainda podemos acreditar em pessoas especiais”, afirmou.

Medo se transforma em amor

Por fim, o policial se emocionou com uma das frases ditas pela Alana depois do final feliz dessa ocorrência inusitada. “Ao ouvir de um anjinho como a menina Alana a seguinte frase: ‘Agora eu confio na Policia’, também nos dá motivos para acreditar num mundo melhor. Orgulho de ser Policial Militar, e poder presenciar algo tão especial como isso”, concluiu essa bela história de domingo.

O soldado Ayres contou que é triste ver que algumas pessoas sentem medo da polícia, quando deveriam se sentir protegidas por ela. “Eu particularmente fico muito triste e preocupado em saber que crianças muitas vezes são ‘doutrinadas’ a terem medo da Policia Militar”, lamentou.

Segundo o soldado, eles passam por um longo Curso de Formação em que aprendem a lidar com as mais diversas e arriscadas situações, bem como lidar com a sociedade, seja em momentos bons ou ruins. “O desvio de conduta acontece, assim como em qualquer lugar, mas são fatos isolados e não podem ser generalizados. Eu e meu parceiro de viatura, Soldado Barros, procuramos trabalhar em favor da sociedade, e ajudando de alguma maneira sempre que possível, fazendo um serviço mais aproximado da população”, concluiu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna