A luz apagada e alguns cobertores salvaram a vida de uma jovem que presenciou o assassinato do namorado e do amigo, na madrugada de ontem (12), na Rua Marilândia, bairro Emiliano Perneta, em Pinhais. Os amigos Dikson da Silva Ramos, 24 anos, conhecido como “Gordinho” e um homem identificado apenas como Adilson foram mortos com tiros de pistolas, na sala da casa que dividiam há mais de um ano. A jovem, que conseguiu sobreviver também morava com a dupla, mas há poucos meses.

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A testemunha contou à polícia que, por volta de 1h de ontem, um homem chamou por Dikson e foi entrando na casa. Adilson quis saber qual era o motivo da “visita” e foi o primeiro a tomar três tiros, caindo no chão da sala. Em seguida, “Gordinho” foi atingido por quatro balas de pistola calibre 380 e ficou caído no sofá, sem roupas. “Mas antes ele perguntou se tinha mais alguém na casa. O “Gordinho” disse que não e eu fiquei escondida, por isso não morri”, contou a moça.

O corpo das duas vítimas só foi encontrado na manhã de ontem, depois de uma nova busca da Polícia Militar. Segundo investigadores da delegacia de Pinhais, a jovem ligou para a polícia logo após as mortes, mas com medo, fugiu para casa do vizinho e não esperou pela equipe, que não conseguiu encontrar o endereço. Pela manhã, um novo telefonema facilitou o encontro dos corpos. A jovem admitiu não ter insistido nas ligações durante a madrugada por medo do assassino.

Os vizinhos disseram não ter reclamação dos amigos, embora alguns curiosos tenham afirmado que o local seria uma boca de fumo. No entanto, a própria perícia do Instituto de Criminalística atestou que não havia vestígio algum de drogas e consumo de entorpecentes no local.

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O que preocupa os moradores da região é a onda violência no local. “Você não sabe mais o que é tiro ou o que é rojão. Têm tiros todos os dias. Já fui assalta várias vezes, na última renderam todo mundo, levaram carro, dinheiro, estavam com armas pesadas”, realtou Maria José, dona de um frigorífico.