Bastante conhecido pelos frequentadores de baladas e discotecas de Curitiba nos anos 1980 e 1990, o grupo Aracno Dance segue se apresentando na capital paranaense e região. Com 34 anos de existência, o grupo de dança tem uma história longa com direito a participação em um programa da Xuxa, em 1995.

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Coordenador, coreógrafo e dançarino, Anderson da Cruz, de 45 anos, conta que há 30 anos o Aracno faz parte da vida dele. Ele entrou na equipe pela primeira vez em 1994, com apenas 15 anos e permaneceu até 1995. “Eu era muito novo na época. Considero esse um período de aprendizado, de estágio com os mais experientes”.

Anderson voltou para a equipe em 1996 e ficou até 1998. Depois de dar uma pausa na dança, retornou em 2006 e hoje coordena os integrantes.

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De acordo com o coreógrafo, os grupos de dança se tornaram uma febre em Curitiba nos anos 1980, influenciados pelos movimentos funk e hip hop dos Estados Unidos. Cada bairro foi criando o próprio grupo e a dança ganhou tanta popularidade que surgiram campeonatos entre os times que se apresentavam em danceterias e casas de shows.

Bad ao lado da Xuxa. Foto: arquivo.

“Isso começou a se espalhar por Curitiba e outros foram surgindo por influência desses que começaram. Inclusive tiveram grupos que se destacaram de tal forma que foram participar de programas em rede nacional, no final dos anos 80 e início dos anos 90”, diz.

O dançarino conta que o grupo em que ele participa existe desde 1989. Foi fundado por Marcelo, Izzo, Valter, Claudinho e Edson, do bairro Sítio Cercado. Inicialmente se chamava Stilo Flash Company e foi somente em 1991 que os participantes resolveram trocar o nome e dar uma repaginada no projeto. Inspirados no filme Aracnofobia de 1990 resolveram dar o nome de Aracno Dance.

“Um dos integrantes sugeriu criar os visuais com desenhos de aranha e teias e surgiu a ideia de usar cordões florescentes. Nos clubes o sistema de iluminação deu um destaque muito grande para o visual”. Com essa novidade no nome e no figurino, o grupo ganhou popularidade e simpatia da galera.

Além disso, um dos diferenciais do Aracno é o estilo de dança: o smurf dance, que foi criado nos Estados Unidos e mistura o funk com o hip hop. “É um estilo que não é muito conhecido no Brasil porque não têm muitos grupos que usam esse estilo de dança. As pessoas ficam vislumbradas quando veem porque não estão acostumadas”, comenta o dançarino.

A popularidade do Aracno cresceu ainda mais quando a equipe ganhou um campeonato em Curitiba no ano de 1994 e foi chamada para participar de uma seletiva no Programa da Xuxa em 1995. Anderson revela que o Aracno foi o único do Paraná a ser selecionado.

Um nome importante que fez isso acontecer foi Izaulino de Oliveira, conhecido como Bad. Lembra Anderson que Bad tinha um grande talento para a dança e foi um dos responsáveis pela ascensão do grupo.

34 anos de grupo, 16 integrantes

Algumas modificações aconteceram no Aracno Dance com o passar do tempo. Uma mudança significativa é o número de integrantes que dançam. Antes, quando surgiu, o grupo se apresentava somente com cinco dançarinos. Atualmente são 16 participantes que vão para a pista exibir os talentos. A equipe também conta com quatro integrantes que dão apoio nos eventos.

Além de Anderson, fazem parte do Aracno Dance: Claudia, Tatiana, Luana, Mônica, Jeferson, José Carlos, Elias, Luana, Vinícius, Fabiana, Grasiele, Nilson, Leandro, José Santos, Mariana, Juliana, Luciano, Claudiane, Hudson e Janete.

Outra alteração é que não participam de muitas competições, mas seguem realizando eventos. “Depois da pandemia cresceram muito os eventos de flashback que remetem aos anos 80 e 90. Como a gente é do estilo daquela época, as pessoas se identificam muito com o grupo e acabam convidando, então surgiram muitos convites e ajudou o grupo a se manter”, relata Anderson.

Ele também acredita que a mentalidade do Aracno Dance mudou. Antes a característica era ser mais competitivo, com a intenção de destacar o estilo e o nome. “Ao longo dos anos fomos mudando a forma de difundir a dança dentro do grupo e a forma como ele é apresentado fora do nosso local de treino. Sempre pregamos o respeito. Hoje a mentalidade que eu busco é trabalho em equipe e estamos desenvolvendo lideranças dentro do grupo”.

Apesar das mudanças que aconteceram durante os 34 anos, o objetivo principal continua sendo o mesmo: levar alegria por meio da dança.

“A gente continua por amor. Todos que estão no grupo realmente amam o que fazem. Nós somos uma família. Desenvolvemos uma amizade muito forte e é isso que mantém o grupo”, completa o dançarino.

Aracno Dance recebe novos participantes

Anderson afirma que o grupo está de portas abertas para quem quiser participar, independente se já dançou ou não. Os interessados podem procurar o coordenador ou outros integrantes para ter mais informações.

A equipe se reúne somente aos sábados, das 16h30 às 21 horas, em um auditório na Rua da Cidadania do Fazendinha.

O Aracno Dance também deseja receber patrocinadores para continuar alguns projetos, como o trabalho voluntário que realizam em uma escola e que pretendem expandir para outros centros de educação.

Dança para crianças

Desde maio, o Aracno Dance realiza um trabalho voluntário voltado para crianças de 11 a 14 anos na Unidade de Educação Integral (UEI) São Miguel, localizada no Fazendinha. Quem lidera o projeto é a esposa de Anderson, Claudia da Cruz. Também dançarina e instrutora, ela está no grupo desde 1999.

Grupo Aracno Dance. Foto: rede social.

Por meio das aulas de dança, Claudia busca ajudar no desenvolvimento das crianças, trazendo mais confiança e capacidade de se expressar. O voluntariado está funcionando tão bem que um dos professores decidiu usar as aulas de dança como avaliação.

“É o início de um sonho, porque a gente sabe que a vida do dançarino não é muito longa, o nosso corpo não acompanha a nossa vontade de continuar dançando. Então para nós é a perpetuação do que a gente aprendeu lá atrás. Queremos manter vivo o nome do grupo”.

No dia 21 de outubro, as crianças farão uma apresentação de dança na escola. O evento é aberto ao público.

Com um carinho imenso pelo grupo e pelas crianças, Claudia deseja que no futuro os mais novos continuem carregando a tradição do Aracno Dance e levando a dança para os mais diversos espaços de Curitiba.

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