A corrida pelo Palácio 29 de Março já está engatada em segunda marcha e aos poucos começa a sair dos bastidores. Até agora, ao menos 20 nomes já se colocaram à disposição dos partidos para disputar a prefeitura de Curitiba em 2020. Veja quem são:

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Rafael Greca (DEM)

Foto: Reprodução/Facebook.

A participação do atual prefeito Rafael Greca (DEM) na disputa já é dada como certa, conforme declarações feitas publicamente pelo próprio prefeito. A seu favor, Greca tem o fato óbvio de já estar no cargo. Dessa forma, tem feito uma gestão ativa, na visão de analistas, com obras que impactam mais diretamente o eleitorado: pavimentações, por exemplo. À Gazeta do Povo, Greca disse recentemente que o maior desafio na campanha deste ano será “combater as fake news e os robôs que promovem a desinformação.”

Fernando Francischini (PSL)

Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo.

No dia 17 de agosto de 2019, o deputado estadual Delegado Francischini (PSL) oficializou sua pré-candidatura à prefeitura, em um evento nacional de filiação do partido realizado em Curitiba, destacando a votação alcançada no último pleito: cerca de 427 mil votos, sendo 140 mil deles em Curitiba. O pré-candidato afirmou que o foco é “cuidar das pessoas”, dando atenção a questões como segurança e saúde.

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A pré-candidatura de Francischini não é uma surpresa, já que ele havia afirmado em diversas oportunidades que iria concorrer. O deputado pode surfar na atual tendência conservadora do eleitorado, evidenciada pelo resultado das urnas em 2018. Seu PSL, no entanto, rompeu com o presidente Jair Bolsonaro, o que pode criar algum percalço em seu caminho, sobretudo se o próprio presidente apoiar outro nome na disputa da capital paranaense.

Ney Leprevost (PSD)

Foto: Antonio More / arquivo Gazeta do Povo.

Outro concorrente que dá como certa sua participação na corrida eleitoral é o deputado federal Ney Leprevost (PSD), que disputou o segundo turno com Greca em 2016. Leprevost ficou no quase, mas viu seu nome ser fortalecido após perder por uma margem estreita de votos. Ex-secretário da Justiça, Família e Trabalho do governo de Ratinho Junior (PSD), ele deixou a pasta em junho para poder disputar o pleito.

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Sua candidatura sofre alguma ameaça pela possibilidade de o PSD formar chapa com o DEM de Rafael Greca. Em abril, o vice-prefeito Eduardo Pimentel deixou o PSDB e entrou na sigla de Ratinho Junior, de olho na possibilidade de repetir a dobradinha com o atual prefeito, o que inviabilizaria a entrada de Leprevost no páreo. Em entrevista recente à Gazeta do Povo, o deputado disse que o governador, maior liderança do PSD no estado, garantiu a ele que a legenda terá candidatura própria.

Gustavo Fruet (PDT)

Foto: Jonathan Campos / arquivo Gazeta do Povo.

Ex-prefeito, o deputado federal Gustavo Fruet (PDT) foi reconduzido à direção de seu partido na capital em 2019, fortalecendo a intenção de disputar novamente o Executivo municipal. “O que posso dizer é que o PDT terá candidatura própria em 2020 e trabalharemos para ter candidatura própria em 2022 [na eleição para o governo]”, disse à Gazeta do Povo Fruet, que comandou a prefeitura de Curitiba entre 2013 e 2016.

No PDT, além de Fruet, o deputado estadual Goura Nataraj também colocou seu nome à disposição para concorrer ao Palácio 29 de Março. “O importante é reafirmar a candidatura própria [do partido] e, da minha parte, em chapa pura”, afirmou o ex-prefeito. Caso confirme sua intenção de concorrer à prefeitura, Fruet deverá ser uma das principais forças de oposição à gestão de Rafael Greca. Na bagagem, tem a experiência de já ter sido prefeito, além de um eleitorado fiel que o reconduziu à Câmara dos Deputados em 2018. Precisará, porém, melhorar sua performance de votos em eleições majoritárias – em 2016, na tentativa de se reeleger prefeito, ficou de fora do segundo turno e assistiu a decisão ficar entre Greca e Leprevost.

Goura (PDT)

Foto: Albari Rosa / arquivo Gazeta do Povo.

Ex-vereador e deputado estadual em primeiro mandato, Goura é a outra opção do PDT para a disputa na capital. É considerado um nome de peso no campo progressista e foi o único membro da Câmara da capital a ser eleito à Assembleia Legislativa em 2018.

No fim de 2019, à Gazeta do Povo, Goura disse querer compor chapa com outras siglas da esquerda, ao contrário do que pretende seu companheiro de partido Gustavo Fruet.

João Arruda (MDB)

Foto: Albari Rosa / arquivo Gazeta do Povo.

Pelo MDB, é praticamente certa a indicação de João Arruda (MDB) como candidato à prefeitura da capital paranaense. Ex-deputado, ele foi candidato ao governo em 2018, terminando a disputa na terceira colocação. No pleito, tornou-se um nome mais conhecido no interior do estado – foi de 5% nas intenções de voto nas primeiras pesquisas para 13%, no resultado consolidado. Sobrinho do ex-governador e ex-senador Roberto Requião (MDB), Arruda disse à Gazeta do Povo que o peso do tio, de eleitorado consistente no estado, não deve ter interferência em sua trajetória.

Em mais de uma ocasião, o próprio Requião já declarou que pode sair candidato à prefeitura pelo MDB caso Arruda não confirme sua participação. A hipótese, porém, é considerada remota no diretório municipal do partido.

Luciano Ducci (PSB)

Foto: Antônio More / arquivo Gazeta do Povo.

Outro ex-prefeito de Curitiba que pode disputar novamente o cargo no Executivo municipal é o deputado federal Luciano Ducci (PSB). Seu nome foi anunciado, no fim do ano passado, pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, em um encontro da sigla no Rio de Janeiro.

Ducci assumiu a prefeitura em 2010, quando o então prefeito Beto Richa (PSDB) deixou o cargo para disputar o governo do estado, e permaneceu no cargo até 2012. Ele chegou a concorrer à reeleição, mas acabou ficando fora do segundo turno, vencido por Gustavo Fruet (PDT). Ducci está atualmente em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados.

Paulo Opuszka (PT)

Foto: divulgação / UFPR.

Paulo Opuszka é professor de Direito do Trabalho na UFPR| Divulgação/UFPR
No início de julho, em encontro virtual, o diretório municipal do PT escolheu o nome do professor universitário Paulo Opuszka para ser seu candidato na disputa à prefeitura da capital paranaense. Professor de Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Opuszka concorria à indicação da legenda com o deputado estadual Tadeu Veneri, que decidiu retirar seu nome dois dias antes do encontro do PT.

Formado em Direito, com mestrado e doutorado pela UFPR e professor de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho na mesma instituição, Opuszka diz que vai basear a campanha nos temas mais relevantes para o partido, como a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a educação, a agricultura familiar e a segurança pública cidadã, que remonta à discussão sobre direitos humanos. “Outro ponto relevante é a democratização do plano diretor e da lei do zoneamento da cidade”, disse em entrevista à Gazeta do Povo.

Luizão Goulart (Republicanos)

Foto: divulgação.

Ex-prefeito de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o atual deputado federal pelo Republicanos lançou sua pré-candidatura em outubro de 2019. Luizão ficou conhecido nacionalmente em 2013 por ter sido reeleito prefeito com o maior porcentual de votos do país: 93,4%. Era seu segundo mandato à frente do município vizinho de Curitiba.

João Guilherme (Novo)

Foto: Albari Rosa / arquivo Gazeta do Povo.

O médico João Guilherme de Moraes foi o nome escolhido pelo partido Novo para disputar a eleição na capital. A sigla chegou a contratar uma consultoria, a Exec, responsável pelo recrutamento de executivos de alto escalão para empresas, para selecionar potenciais candidatos para disputar o pleito. O objetivo era atrair empresários ou executivos com capacidade de gestão para disputar a vaga, no estilo headhunter. O escolhido foi candidato a vice-prefeito na chapa de Ney Leprevost em 2016, quando ainda estava filiado ao PSC.

O Novo já escolheu também a empreendedora social Geovana Conti, 42 anos, como pré-candidata a vice. Os dois nomes ainda passarão pela deliberação da convenção do partido, etapa obrigatória no processo eleitoral.

Thiago Chamulera (Patriota)

Foto: divulgação.

O advogado e professor de gestão pública Thiago Chamulera tentará o cargo no Palácio 29 de Março pela primeira vez, pelo Patriota. Sua principal bandeira é levar o conhecimento em gestão à administração municipal.

Caroline Arns (Podemos)

Caroline Arns ao lado do pai, o senador Flávio Arns. Foto: divulgação / Facebook.

No início de julho, o Podemos oficializou a pré-candidatura de Caroline Arns à prefeitura de Curitiba. Filha do senador Flávio Arns (Rede), Caroline já tinha seu nome cotado nos bastidores da sigla, mas a escolha dependia de conversas internas, inclusive sobre a possibilidade de lançar ou não uma candidatura própria, e também de sua decisão de aceitar entrar na disputa eleitoral.

Formada em direito e administração, ela é professora da FAE Business School e já passou pela Fundação de Ação Social de Curitiba em 2011 e 2012. A pré-candidata, de 43 anos, se filiou ao Podemos no fim do ano passado.

Edson Lau (PSDB)

Foto: divulgação.

Bastante enfraquecido após denúncias de corrupção contra quadros importantes do partido no estado, o PSDB pode lançar candidatura própria na disputa pela prefeitura de Curitiba. O único nome lançado até agora é o do presidente do diretório municipal da sigla, Edson Lau, que já foi assessor da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba, entre 2011 a 2012, durante a gestão de Beto Richa.

Christiane Yared (PL)

Foto: Jonathan Campos / arquivo Gazeta do Povo.

A deputada federal Christiane Yared (PL) já tem o aval do presidente do diretório estadual do partido, o também deputado federal Giacobo, para disputar a prefeitura de Curitiba. Seu nome deve ser confirmado na convenção da sigla, em setembro.

Em 2014, Christiane foi eleita deputada federal pela primeira vez, pelo PTN, com 200.144 votos, sendo a candidata mais votada para o cargo no estado. Em 2018, já pelo PR, que se tornaria PL, foi reeleita com 107.636 votos.

Renato Mocelin (PV)

Professor Renato Mocellin, do curso Positivo. Foto: Antônio More / Gazeta do Povo / Arquivo

Por unanimidade, a Comissão Executiva Municipal do PV aprovou o nome do professor do curso Positivo, historiador e ambientalista Renato Mocellin como pré-candidato da legenda à prefeitura de Curitiba.

Graduado em Direito, História e Estudos Sociais pela UFPR, com pós-graduação em História da Arte pela PUC-PR e mestrado em Educação pela UFPR (2009), Mocelin tem mais de 40 anos de experiência em sala de aula e é autor de dezenas de obras didáticas e literárias.

Camila Lanes (PCdoB)

Foto: Agência Senado.

Camila Lanes deve ser o nome do PCdoB para a eleição majoritária em Curitiba em 2020. Seu nome foi o único oficializado pelo diretório municipal do partido em dezembro de 2019. Nascida em 1996, ela é a atual presidente da União da Juventude Socialista do Paraná e ex-presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, além de compor a frente da Juventude do PCdoB.

Zé Boni (PTC)

Foto: reprodução / Facebook.

Quem também já tem nome anunciado para a disputa é Zé Boni (PTC). Paranaense de Loanda, Boni foi candidato ao Senado em 2018 e fez pouco mais de 264 mil votos (2,61% dos válidos) – 33 mil deles na capital. Será a primeira disputa do candidato na cidade.

PSOL

Até o momento, o diretório municipal do PSOL conta com quatro alternativas para disputar a eleição à prefeitura de Curitiba: o servidor público Marcello Locatelli, a advogada Giana de Marco, a psicanalista Letícia Lanz e o jornalista Diego Xavier. A escolha será feita em setembro, quando ocorrerá a convenção do partido.

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Outros nomes

O deputado federal Paulo Martins (PSC) e a deputada estadual Maria Victória (Progressistas) também podem entrar no pleito municipal. Procurados pela Gazeta do Povo, nenhum dos dois confirmou nem negou a possibilidade de ser candidato.

Martins, que exerce seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, disse que ainda não definiu se entra na corrida eleitoral deste ano.

Já Maria Victória, filha da ex-governadora Cida Borghetti e do deputado federal Ricardo Barros e presidente estadual do Progressistas, disse que seu nome “está sempre à disposição do partido”, mas que essa não é uma decisão individual sua. Em 2016, na disputa pela prefeitura de Curitiba, ela ficou em 4.° lugar, com 52.576 votos, 5,66% dos votos válidos.

Pesquisa de intenção de voto em Curitiba mostra Greca na frente

Divulgada em dezembro, a última pesquisa eleitoral da Paraná Pesquisas para a prefeitura de Curitiba indica Greca à frente na disputa, com 29,9% das intenções de voto.

Já o segundo lugar fica “embaralhado” entre três nomes: o deputado federal Ney Leprevost (PSD); o deputado federal e ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT); e o deputado estadual Fernando Francischini (PSL). Ney aparece com 11,5% das intenções de voto, colado com Fruet (11,4%). Francischini aparece com 11,2%.

A pesquisa foi feita com 1.352 eleitores curitibanos entre os dias 11 e 13 de dezembro. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais.