Os mais recentes reajustes no preço do diesel aumentaram a insatisfação dos trabalhadores do setor de transportes, seja caminhoneiro ou mesmo os micro empresários que resistem em não aumentar o preço do produto ao consumidor final. Uma das classes que está sofrendo é a dos profissionais ligados ao transporte escolar.
Os responsáveis por vans e ônibus que levam as crianças para as escolas reclamam da falta de apoio dos governantes para subsidiar custos e despesas, e não descartam aumentar a mensalidade para seguir trabalhando.
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Um dos últimos aumentos do foi comunicado pela Petrobras no começo do mês de maio de 8,86%, sendo que nos postos de combustível, o preço médio nos últimos 15 dias em Curitiba é de R$ 6,993. Para quem trabalha diariamente com o transporte, esse reajuste força a modificar o dia a dia de uma empresa.
Luís Claudio Bach, é responsável pela Transbach, uma microempresa com mais de 30 anos em transporte escolar. Experiente no ramo e com sete micro-ônibus que transportam crianças para as escolas em Curitiba, reforça que o momento é de preocupação quanto ao futuro.
“Eu trabalho mais de 30 anos com transporte escolar, e esse ano não repassamos nada de aumento aos pais. Agora com esse reajuste do diesel, estamos estudando uma melhor forma de repasse. Tem pais que entendem, mas está ficando quase inviável trabalhar”, disse Bach.
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Ainda segundo Luís, o custo semanal para colocar os veículos na rua é de R$ 800 por unidade. Além disso, é preciso torcer que o micro-ônibus não venha a ter problema com pneus ou outras adversidades no caminho. “A cada 4 Km, gasta-se um litro de diesel. A partir disso, cada ida ao posto de combustível gira em torno de R$ 800. O contrato com os pais é anual com preço variando de R$ 325 a 350 por criança. Pela primeira vez, poderemos reajustar esse valor no meio do ano, pois do jeito que está não está fácil”, comentou Bach que emprega motoristas e atendentes.
Maria Isabel Ferreira, deixa a neta há três anos a serviço da Transbach. Apesar de acreditar que a mensalidade não devesse subir mesmo com o aumento do diesel, a vó da Lorena valoriza o trabalho da empresa que proporciona segurança a família. “O preço não está fora do padrão, mas gostaria que continuasse no valor combinado. Claro que pesa o preço, mas é necessário. Eu confio muito na responsabilidade deles, e minha neta está em boas mãos. Vale o esforço”, comentou Maria Isabel.
Falta apoio pra categoria!
A categoria de vans e micro-ônibus escolares foi uma das que mais enfrentou problemas com a Covid-19. Com as escolas fechadas devido a doença, o trabalho paralisou por completo.
Para Douglas Silveira, presidente do Sindicato dos Operadores de Transporte Escolar em Curitiba (Sindotec), o aumento do diesel é mais uma prática contra os profissionais que trabalham em prol da Educação.
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“O transporte escolar está sendo muito afetado. O problema é grave, e precisamos de apoio. Não tem como repassar todo o reajuste anual do diesel aos pais. Nós sofremos um descaso gigante por parte da prefeitura de Curitiba e do governo estadual desde 2019, quando entrou a pandemia da Covid-19. A única coisa feita foi a isenção da taxa anual de autorização do transporte no primeiro ano. Em 2021 teve a cobrança, e agora tem novamente o valor que custa R$ 640 por van. O transporte escolar é o braço da educação, e estamos largados”, completou Douglas.
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