Um paraíso com cheiro de baunilha e sabor infinito do zimbro. Presente em 17 estados com mais de 1000 pontos de vendas e consumo por todo o Brasil, a Hambre Destilaria, de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, é puro sonho de empreendedorismo, aliado ao espírito aventureiro dos fundadores em um caminho certeiro de tendências e inovações de mercado. Em 2024, a empresa paranaense teve um faturamento superior a R$ 7 milhões, com mais de 240 mil litros de bebidas produzidas.

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Visitar a Hambre, é como estar em um navio cruzeiro. O visitante fica fascinado pela engenharia, maquinários e processos que farão o cliente “viajar” nos produtos que estão sendo comprados em redes de hipermercados ou degustados no balcão de bares espalhados pelo país. No comando dessa embarcação ou operação estão o Eduardo Pereira Alves, Guilherme Neme, Guilherme Baptista, Hernany Mascarenhas e mais 13 colaboradores.

No comando dessa operação estão o Guilherme Neme (esquerda) e o Eduardo Pereira Alves. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

O início desse caminho veio com uma compra despretensiosa de um destilador caseiro para produzir gin. Com mais de 40 receitas, o resultado foi um produto intenso, cheiro agradável e ideal para todo tipo de paladar. Assim nasceu a Hambre, em 2018, a primeira destilaria artesanal do estado do Paraná a produzir gin, um marco importante e nome cravado na história.

“Fizemos mais de 40 receitas para chegar na atual, ele é redestilado na baga de zimbro e coentro, a base de todas. O legal do gin é que cada destilaria vai buscar sua receita na proporção na roda de sabor, sendo mais cítrico, doce e aromático. Usamos mais a escola alemã, diferente dos outros que seguem a linha inglesa. Na Alemanha, tem mais sabor. Vai anis, fisális, canela, coentro, baunilha e castanhas”, explicou Guilherme.

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Ao caminhar pelos corredores da Hambre, percebe-se a seriedade no processo em que todos os produtos são feitos: gin, vodca, negroni, cachaça, bourbon e até mesmo os enlatados prontos para consumo (Ready to Drink). É uma verdadeira aula de Química em que insumos de várias partes do Mundo se transformam em diversão.

O destilador da Hambre é como um motor de navio. É dele a função responsável em impulsionar e separar alguns tipos de álcoois como metanol e acetona. O uso desse tipo de composto aumenta a chance de ressaca no dia seguinte.

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“Esse processo é chamado de cabeça, álcoois mais voláteis que a gente não quer na bebida. Alguns deixam, pois é perda de produção. A segunda parte é o coração que propriamente vai virar o produto, e a terceira parte é a cauda que fica no destilador. São óleos essenciais mais pesados que não volatilizaram e não vieram juntos com as moléculas de álcool, água e um pouco de álcool”, explicou Guilherme, advogado de formação, e responsável pelo desenvolvimento de produtos Hambre.

Após passar pelo destilador, é preciso filtrar o líquido para depois engarrafar. No caso da vodca, a filtragem é feita dez vezes com o auxílio de carvão ativado que fica acoplado ao tanque. “A saída do destilador tem uma graduação alcoólica muito alta, de 80 a 85%. É preciso padronizar com a legislação, o gin é de 37,5 a 55%. No gin tem componentes secundários que auxiliam na experiência”, complementou Guilherme.

Gin é o carro-chefe, mas o bourbon…

Na Hambre, o gin é o carro-chefe de pedidos. Apesar de o gin ter mais de 50% dos pedidos, o bourbon vêm ganhando moral nos últimos meses. Apesar de ser reconhecido como um produto de qualidade, brasileiros ainda insistem em querer valorizar o quem é produzido no exterior.

“É um produto muito semelhante ao original dos Estados Unidos, usando uma tecnologia nossa com um preço atrativo. Acho que o bourbon da Hambre é o primeiro do Brasil, e só provando para ter essa experiencia. O mercado está entendendo isso, quando a pessoa prova do nosso produto, ela percebe que o nacional pode “brigar” com o de fora. Além disso, a mudança legislativa em 2017, fomentou que pequenas empresas pudessem desenvolver melhor o trabalho”, reforçou Guilherme.

Famosos na jogada

A lição está sendo feita com louvor, tanto que famosos como a cantora Ludmilla (que tomou no bico o gin da Hambre) e Gusttavo Lima já são clientes da destilaria. Para 2025, a ideia da direção da Hambre é intensificar a expansão nacional e até internacional, sem deixar de lado o “quintal de casa”.

“Estamos em conversa com pessoas de fora do Brasil, são acordos comerciais, aceitação do produto, não temos alvo certo. São prospecções. Atualmente, são 17 estados, redes de supermercado no Paraná, Santa Catarina e entrando no Rio Grande do Sul com nossos produtos. O crescimento precisa ser bem estudado, são desafios que pegam, e sempre bom dar muita atenção para a nossa área”, completou Guilherme, um dos comandantes da nau Hambre, de Pinhais para o Mundo.

@duda_pa00 #CanetadaDaLud @Hambre Gin #ludmilla #ludmillanumanice #ludmillaebrunna ♬ som original – Eduardo Pereira Alve