Após ser multado, no mês passado, em R$ 322 pelo condomínio comercial em que possui seu consultório, o odontopediatra curitibano Edson Higa pôde comemorar a decisão da Justiça que revogou a punição. De acordo com o profissional, mais da metade de seus pacientes são especiais, com paralisia cerebral, Síndrome de Down ou do espectro autista. Há seis meses, Edson se mudou para um prédio comercial na região do Centro Cívico, em Curitiba, e, desde então, tem recebido reclamações de vizinhos do consultório.
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Na decisão, o juiz Fabio Luiz Decousseau Machado suspendeu a multa e ainda proibiu a aplicação de novas penalidades ao dentista. O magistrado ainda acrescentou que uma das vizinhas do odontopediatra, acusada por Edson de bater nas paredes para que os choros parassem, não deverá mais continuar com tais atitudes, pois “coloca em risco a integridade física dos pacientes”.
Repercussão
O caso, inclusive, chamou a atenção da Assembleia Legislativa do Paraná no mês passado. O deputado estadual Cobra Repórter (PSD) enviou, no mês passado, um ofício que pedia esclarecimentos ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crimes (Nucria) sobre o assunto.
Nesta terça-feira, às 13h30, mães de autistas e de pacientes com deficiência, atendidos pelo odontopediatra Edson Higa, farão uma manifestação em frente ao condomínio, em apoio à liminar da Justiça que derrubou as multas aplicadas pelo condomínio ao profissional.
De acordo com comunicado enviado à reportagem, a manifestação contará com representantes de ONGs que defendem a inclusão, como o Projeto Dorcas, que trabalha com crianças com paralisia cerebral, Ong Anjo Azul, que atua na defesa de autistas, Projeto Eu Tenho Nome e Ação Social Levando a Chama, ligadas aos direitos da Pessoa com Deficiência.
