Caso Tayná

Delegado suspeito de tortura é preso em rodovia

O delegado Silvan Rodney Pereira, que estava com mandado de prisão desde a tarde de quarta-feira, foi preso na tarde desta sexta-feira (19), em Laranjeira do Sul, a cerca de 350 quilômetros de Curitiba. A prisão foi feita por policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O ex-titular da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, é suspeito de ter participado de torturas aos quatro detidos pela morte de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, em 28 de junho. Silvan era o último da lista de 14 mandados de prisão expedido pela Justiça a pedido do Ministério Público. Nove policiais civis, um guarda municipal, um agente penitenciário, um policial militar e um preso “de confiança” já haviam se entregado.

Família

Segundo informações divulgadas pela Gazeta do Povo, Silvan estava acompanhado da esposa e duas filhas e voltava da viagem de férias no oeste do Estado. Ele havia combinado com o seu advogado, Claudio Dalledone Júnior, que se apresentaria à Corregedoria da Polícia Civil assim que chegasse à capital.

O delegado da Corregedoria, Paulo Ernesto Cunha, explicou que Silvan foi rastreado e os policiais do Gaeco descobriram que ele estava na região, por conta de uma infração de trânsito. “Quem efetuou a prisão foi a PRF e avisou os policiais do Gaeco. Uma equipe da corregedoria também estava na região, pois tínhamos informações de onde ele estava”, contou Paulo. Ele disse também que Silvan seria trazido para o Centro de Triagem I.

Trabalho

Um dos casos de maior repercussão em que o delegado Silvan atuou foi a prisão de Mirlei de Oliveira, a “Baronesa do Sexo”, em 2004, quando era titular do 1.º Distrito Policial (Centro) e recebeu denúncia de que ela controlava uma famosa casa de prostituição no Alto Maracanã, em Colombo. No local, segundo o inquérito, a cafetina mantinha garotas de programa e também era suspeita de tráfico internacional de mulheres.

Comentava-se à época que muitos figurões da sociedade, inclusive da política, ficaram temerosos com a prisão da cafetina, já que eram clientes assíduos do prostíbulo e temiam por suas imagens. No entanto, a suposta caderneta com os nomes dos figurões jamais apareceu.

Entrevista

Em entrevista à revista Ideias, em 2010, Mirlei disse que só havia sido presa, porque o delegado também mantinha um prostíbulo e estaria descontente com a concorrência. Mirlei, além dos crimes que já estava respondendo, foi indiciada também por calúnia e difamação. Saiu do Paraná, e foi morar em São Paulo para estudar Direito.

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