Os supermercados deverão seguir o novo decreto (n.º 890/2021) da prefeitura de Curitiba e fechar as portas neste fim de semana, ficando apenas com o delivery como opção de compra para os clientes. Em entrevista à Tribuna na quinta-feira (20), antes de a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) entrar com um mandado de segurança contra o fechamento definido pela prefeitura, a superintendente de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flávia Quadros, explicou que a medida foi tomada para tentar controlar o avanço dos casos de coronavírus (covid-19) na cidade e conter a circulação de pessoas.
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De acordo com o decreto publicado na terça-feira (18), supermercados, restaurantes, lanchonetes e panificadoras deverão abrir somente na modalidade delivery em Curitiba. Outras atividades comerciais e serviços também devem fechar as portas. Os supermercados deverão cumprir o decreto porque, segundo a Apras, a Justiça deu prazo de 72 horas para que a prefeitura se manifeste, prazo este que ultrapassa o próximo final de semana.
A prefeitura já respondeu à reportagem, nesta sexta-feira (21), de que não haverá mudança no decreto. Mas foi na tarde de quinta-feira que a Flávia Quadros explicou a avaliação das equipes de saúde em relação aos locais indicados no decreto. “Eles foram escolhidos para evitar que as pessoas saiam de casa para passear. Não é o nosso desejo fazer fechamento. Nosso desejo era que as pessoas não se aglomerassem e se protegessem. Mas o que se nota são pessoas saindo, mesmo podendo evitar a circulação”, disse a superintendente.
Ainda segundo ela, as decisões são tomadas com base nos critérios epidemiológicos, no número de transmissibilidade, não sendo nada aleatório. “Em algumas situações, acabamos tendo que tomar essas decisões mais duras, para que as pessoas entendam que a pandemia não acabou, que é preciso evitar a circulação desnecessária. A própria secretária já disse que corremos o risco de uma nova onda”, reforçou a Flávia Quadros.
A superintendente se refere ao alerta dado pela secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, sobre o risco de bandeira vermelha. “Embora a bandeira continue laranja estamos caminhando para o vermelho. Essa restrição nos fins de semana é nossa tentativa de conscientizar a sociedade e evitar a piora do cenário”, alertou a secretária municipal da Saúde, Marcia Huçulak, durante o anúncio do novo decreto, na terça-feira.
Pandemia em alta
Para o cálculo da bandeira laranja (risco médio de contaminação pelo coronavírus), o comitê leva em consideração dados como o aumento do número de novos casos da doença, casos ativos, taxa de transmissão e ocupação de leitos.
Na última semana, a média móvel de casos registrou aumento de 28%. Entre pessoas na fase ativa da doença, o aumento foi de 34,8%, considerando dados de 14 dias atrás. Os números da Secretaria da Saúde também revelam um número de reprodução do vírus em Curitiba (Rt) de 1,06 – que significa que 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 106.
Pedido de reabertura na Justiça
Impedidos de abrir neste final de semana, a Apras entrou com um mandado de segurança contra o fechamento definido pela prefeitura de Curitiba. Segundo a Apras, foi buscado o diálogo para tentar uma revisão do decreto 890/2021, o que não ocorreu, por isso a decisão pela medida judicial. “Independentemente da posição da prefeitura, a Apras destaca que irá orientar o setor a cumprir a determinação, assim como sempre fizemos desde o início da pandemia, mas ressalta que a negativa irá prejudicar diretamente a população”, disse a Apras em nota.
O fechamento dos mercados no final de semana preocupou o setor ao longo desta semana. O medo era que, por estarem fechados no sábado e domingo, os mercados ficariam lotados ao longo da semana, já que muitas pessoas deixam para fazer compras no final de semana por conta do trabalho.