O ônibus faz parte do cotidiano, pois promove a integração dos usuários pela cidade, conectando lugares que oferecem serviços, comércio e lazer. Em Curitiba, a regulamentação ocorreu em 1955 com 50 ônibus, e após 66 anos, a capital paranaense tem 1229 ônibus com 251 linhas pela cidade, segundo a Urbs, empresa que gerencia o transporte no município. Com tanta diversidade nas linhas, alguns nomes são curiosos e chamam bastante a atenção. Sambaqui, Carbomafra, Futurama, Vizinhança, Itamarati, Pantanal e Vitória Régia são apenas alguns que de alguma forma atiçam a imaginação quando se lê no letreiro ou na lateral do ônibus.

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A melhora na quantidade de ônibus e das linhas aconteceu com o aumento da população e criação de bairros em Curitiba. Para atender o usuário e a demanda, a prefeitura usa estudos de urbanismo. No entanto, a cobrança por parte da comunidade no serviço que nem sempre é atendido auxilia no trabalho municipal.

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O sistema de ônibus de Curitiba revolucionou o transporte coletivo no mundo e foi reproduzido em mais de 200 cidades. Na Rede Integrada de Transporte (RIT) criada por Lerner em 1974, os ônibus são classificados em diferentes modelos: Ligeirões e Ligeirinhos, Interbairros, Alimentadores e os Troncais que tem cores amarela ou laranja. Aliás, tem ainda as linhas especiais como a Turismo, Inter-hospitais e Circular Centro.

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Ônibus de Curitiba com nomes curiosos. Fotos: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Cada linha tem suas particularidades e alguns nomes são diferentes para quem não está acostumado a ter na rotina o ônibus chamado Banestado/Califórnia, Saturno e Ahu/Los Angeles. Como surgiram esses nomes, que geram curiosidade riso e fazem sucesso? Alex Debortoli é o coordenador da Unidade de Planejamento do Transporte Coletivo de Curitiba e participa das definições dos nomes que serão utilizados.

Ele conta que grande parte tem relação com o bairro em que o ônibus vai circular, mas existem casos que a definição acontece devido a um conjunto habitacional ou mesmo uma rua que atende vários usuários. “O nome é puramente técnico e atende a região que a linha vai fazer. A localidade pode ser um conjunto populacional, um bairro ou mesmo uma grande rua como por exemplo, a linha Mateus Leme. O critério de definição basicamente é que o ônibus alimentador dá preferência ao nome do bairro, da vila, e vai até um terminal. Já as linhas convencionais, ou troncais, são adotados os nomes dos extremos, como é o Jardim Social/Batel”, disse Debortoli.

A definição do nome que vai ser empregado na linha tem a participação dos chamados técnicos ou planejadores do transporte com o coordenador do setor. Cada região de Curitiba tem o seu planejador, e essa pessoa é o que sugere o nome. “Importante reforçar que existem linhas com mais de 50 anos, e alguns nomes foram dados possivelmente por uma situação de época. Nem sabemos mais o motivo”, confidenciou o coordenador.

De Sacre Coeur para 666 – Novo Mundo

Em 2010, a linha de ônibus Sacre Coeur mudou de nome, pois os usuários tinham dificuldade em falar o nome com origem francesa. O pedido foi feito para que se traduzisse ao português e ficou Sagrado Coração. Já as linhas Itamarati, Paraíso, Vitória Regia, Saturno e tantas outras surgiram com a demanda populacional dos bairros.

“Essas linhas com nomes de conjuntos habitacionais são interessantes. Quando ficamos sabendo da construção e da quantidade de pessoas que irão morar na região, é feito um estudo sobre uma possível nova linha. O nome é uma característica importante e tem uma relação bem forte com a comunidade. Dificilmente uma linha acaba”, salientou Debortoli.

Aliás, existe uma linha que é problemática pela questão de invasão. A Alferes Poli ganhou o apelido de “Alferes Nóia”, pois mais de 95% das pessoas que frequentam o ônibus não pagam a passagem. “Reduzimos a quantidade de ônibus dessa linha para diminuir a invasão. Já foi pensado em desativar, mas o problema iria para a Guilhermina”, comentou o coordenador.

Uma linha que não tem problemas, mas ficou popularmente conhecida é a Novo Mundo. O nome tem relação com o bairro, mas o número que antecede ao nome é o 666, que de acordo com a tradição cristã, corresponde ao sinal da besta. A codificação foi criada para delimitar a região que o ônibus passa, ou seja, é somente para os técnicos do transporte coletivo saberem o local. “Foi uma coincidência, segundo o planejador que trabalhava na época da criação. A região que a linha atende faz parte da codificação de números que se fazia alguns anos atrás. Aí essa linha que atende o bairro Novo Mundo teve essa questão”, esclareceu Debortoli.

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