O medo de um eventual desabastecimento de combustível preocupa parte dos curitibanos. Por isso, alguns postos registraram aumento considerável no fluxo de clientes já na manhã desta terça-feira (1º). O principal motivo são os bloqueios nas rodovias do Estado, realizados por alguns caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro em protesto ao resultado do segundo turno de domingo (30), quando Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado por Lula (PT).
A reportagem da Tribuna do Paraná foi às ruas de Curitiba e encontrou fila para abastecer num posto de combustíveis localizado no bairro Ahú, na esquina das ruas Alberto Folloni com a São Sebastião. Houve também registro de filas em postos na região do Bairro Alto.
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A quantidade de carros chegava no meio da manhã a atingir uma quadra. O motorista demorava em média 15 minutos para chegar na bomba de combustível. Renato Tessolin, 45 anos, empresário, relatou que completou o tanque por receio de não encontrar combustível nos próximos dias. “É receio que acabe, mas apoio o movimento que está ocorrendo. Eu não sei o que vai ocorrer na frente, tenho que trabalhar e viver o dia a dia”, disse o empresário.
Já Leide Janowski, 39 anos, coordenadora de atendimento, também completou o tanque por receio. No entanto, a opinião dela é diferente do Renato, pois ela entende que a manifestação não é justa. “Sou contrária, pois tenho conhecido que está parado na estrada. Não acho justo que isso vai mover o país e que melhore”, falou Janowski, que pagou R$ 4,81 pelo litro da gasolina, valor abaixo comparado a outros estabelecimentos.
A gerência do posto acredita que seriam comercializados 30 mil litros de combustível para o dia, e garantiu que não acabaria o estoque. “Um caminhão abasteceu pela manhã e temos bastante”, relatou um frentista que não parava de trabalhar.
Maioria dos postos ainda seguem sem filas
Na maioria dos postos de Curitiba, o movimento era tranquilo na manhã desta terça. Em um posto no Bacacheri, o comerciante Orlando Correia, 58 anos, não ficou nem cinco minutos e já saiu apressado para o trabalho. “Aproveitei o momento para completar, pois já estava com receio que pudesse acabar devido aos manifestos. Gostaria que respeitassem a urna e não prejudicassem os outros. Vivemos no mesmo país, e temos que lutar juntos”, completou Orlando.
Bloqueios em trechos de rodovias que cortam o Paraná, mesmo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenar a desobstrução de todas as rodovias que foram bloqueadas desde domingo (30) ainda permanecia. Além disso, há uma liminar da Justiça Federal do Paraná que prevê multa para quem bloquear estradas.