Reencontro surpresa!

Vídeo! Curitibano volta da guerra da Ucrânia como presente do Papai Noel e emociona a família

Desde setembro a Tribuna do Paraná tem acompanhado a rotina do curitibano Adilson de Andrade Ganzert, que se juntou às forças internacionais para defender a Ucrânia da invasão russa, no conflito que já dura 10 meses. A novidade agora é que o nosso Papai Noel trouxe o guerreiro paranaense de volta para casa, na Região Metropolitana de Curitiba e promoveu um reencontro emocionante com a família, que aguardava ansiosamente pelo seu retorno. Confira abaixo vídeo e fotos do reencontro!

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A surpresa natalina para a mãe, a esposa e os quatro filhos do combatente foi planejada na última semana e funcionou perfeitamente. Ganzert voltou para casa como um verdadeiro presente de Natal, desembrulhado pelos filhos na tarde de domingo (18), em frente à casa onde a família reside, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Reencontro devidamente registrado em vídeo pela nossa equipe.

Bastante emocionado com a volta pra casa e com o reencontro com os quatro filhos – com idades entre 1 e 19 anos –, o voluntário de guerra contou que o contato diário com crianças ucranianas, em meio ao cenário devastador dos conflitos, foi o que mais o marcou ao longo dessa experiência.

“Elas (as crianças) me esperavam toda manhã porque sabiam que eu sempre tinha doces pra distribuir. Elas me chamavam de ‘Piraquara’ e eu sempre fiz o que pude para dar alguma atenção para elas. Ver as crianças sofrendo com a guerra é uma das coisas que mais me marcou e eu sempre pensava na minha família e nos meus filhos nessas horas”, conta o soldado.

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Ganzert se diz realizado por ter cumprido as duas missões a que se propôs quando se alistou na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, uma força paramilitar formada por 20 mil estrangeiros, e embarcou para o Leste Europeu.

“Eu jurei que saía e voltava pra eles. Falei que voltaria são e salvo pra minha família. Ajudei o povo ucraniano, fiz um bom trabalho, e voltei pra minha outra missão que é a minha família. Esse é o melhor Natal que nós vamos ter”, explica Adilson, sem esconder a emoção pelo reencontro mais do que esperado.

Pega de surpresa com o retorno do marido, Alessandra Francisco Pereira se mostrou aliviada com o final feliz dessa história, que teve momentos de muita angústia. “Lá (na Ucrânia) estava cada vez mais perigoso. Que bom que ele está aqui porque é melhor estar em casa do que lá. Eu não sou de me emocionar muito, mas fiquei muito feliz. Acho que o Murilo, que é autista, é quem mais estava sentido a falta do pai, mas todos estavam sentindo”, destaca a esposa do combatente.

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O mais animado com o reencontro, o pequeno Murilo, de 8 anos, não escondeu o orgulho com a missão cumprida pelo pai em terras ucranianas. “Ele foi ajudar as pessoas lá porque a Rússia invadiu a Ucrânia”, explicou o garoto, que disse não ter se surpreendido “tanto assim” com o presente entregue pelo Papai Noel: “É que eu vi a cabeça e uma blusa (dentro da caixa de presente)”.

Danilo, o filho mais velho, que tem 19 anos, disse que já esperava a volta do pai, mas não imaginava que a chegada tão surpreendente. “Já estava esperando porque estava conversando com ele. Mas o Papai Noel foi uma surpresa. Tava difícil sem ele em casa, a gente estava com muita saudade”, resume.

Histórias pra contar

Além das dificuldades enfrentadas no campo de combate, Adilson passou por algumas situações até inusitadas tanto na chegada à Europa, quanto no retorno pra casa, numa viagem que durou dez dias.

Na jornada de ida até a Ucrânia, o curitibano quase foi extraditado na Suíça, teve extravio de mala e machucou o pé, quase perdendo a chance de se juntar às forças de defesa.

E no começo da viagem de volta, após deixar o território ucraniano e chegar à Polônia, o guerreiro foi detido pelas autoridades devido a um “pequeno descuido”.

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“Quando eu passei pelo detector de metais no aeroporto na Polônia, veio uma policial e disse que eu tinha ‘um problema’. É que na pressa de sair da Ucrânia eu tinha esquecido cinco ‘balas’ de fuzil dentro do colete. Fiquei cinco horas detido até que encontraram uma intérprete para que eu pudesse explicar que era brasileiro, que não tinha nada contra os poloneses e que estava lutando para libertar a Ucrânia. Eu só ficava pensando ‘só faltava essa de eu ser preso na Polônia’, mas todos foram muito educados o tempo todo e no fim, ficou tudo bem e eu pude seguir viagem”, relata Ganzert.

E se agora ele pretende curtir a família nesta época de festas, os planos para o futuro ainda não estão definidos. “Eu saí de lá na boa e tenho a oportunidade de voltar se eu quiser. Mas ainda não sei o que vou fazer. Primeiro eu quero curtir minha família, aproveitar esse tempo com os meus filhos. Depois eu decido o que vou fazer”, conclui.

Reencontro em fotos

Fotos: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

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