O curitibano Adilson de Andrade Ganzert, 41 anos, foi para a linha de frente para ajudar a Ucrânia na Guerra contra a Rússia. Depois de quase um mês de preparação em solo ucraniano, Ganzert está encarando a batalha usando armas e estratégias militares na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, uma força paramilitar formada por 20 mil estrangeiros. No domingo (11), quase foi atingido por um tiro de fuzil de um soldado ucraniano, o chamado fogo amigo.
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A Tribuna do Paraná acompanha com exclusividade o dia a dia de Ganzert e vai trazer semanalmente informações do curitibano que deixou esposa e quatro filhos para ajudar a Ucrânia na Guerra que já dura quase sete meses. Blindados e veículos arrebentados, casas destruídas e pedaços de armamentos abandonados são algumas das situações que o único curitibano na guerra tem presenciado.
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“Estamos avançando e tomando posições russas. Eles estão recuando”, disse Ganzert a Tribuna. Ele não pode relatar o local exato em que está na Ucrânia por questões de segurança.
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Em um vídeo encaminhado pra Tribuna, Ganzert mostra uma trincheira russa abandonada pelos combatentes instantes antes de eles chegarem ao local.
“Fogo Amigo”
No contato com a reportagem da Tribuna do Paraná, Ganzert demonstrava estar aflito, mas com certo alivio após quase ser atingido por um tiro de fuzil. “Foi uma falta de Comunicação entre os companheiros, que dispararam em uma direção que eu estava. Foi uma rajada de fuzil que pegou na árvore. Cai no chão, fogo amigo. Está tudo bem, mas é uma movimentação de blindado, canhão e explosão para todo o lado. O negócio é feio, e ao vivo, é pior ainda. Estou bem, graças a Deus”, comentou o curitibano.
Como ele chegou na guerra?
Morador de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, mas nascido em Curitiba, Adilson em contato via Telegram com a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Mandou vídeos e relatou que tinha interesse em ser voluntário. No entanto, até se aproximar na região da fronteira ucraniana, o curitibano quase foi extraditado na Suíça, teve extravio de mala e machucou o pé.
Dentro da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, Ganzert passou por diversas cidades, onde treinou por quase um mês. Em um ambiente de guerra, histórias de pessoas que perderam a vida são comuns. Ganzert ouviu que um colombiano acabou pisando em uma mina terrestre e não resistiu. “Escutamos de todos os lados os registros de perdas. Espero que até o fim do ano a guerra acabe. As mulheres assumiram muitas funções de trabalho, pois os maridos foram lutar. Sinto saudades de muita coisa, especialmente da família e dos amigos. Estou bem aqui, estou tendo a companhia de pessoas de vários países que diminuem a solidão ou a saudade”, confidenciou Ganzert.
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