No domingo (23) foi comemorado o Dia do Aviador. Neste ano, a curitibana Claudine Melnik, 53 anos, teve um motivo ainda mais especial para celebrar a data. Primeira pilota da história da LATAM Brasil, a profissional completa 30 anos de empresa em 2022. Claudine iniciou a sua carreira como comissária de bordo, aos 23 anos. Em 1994, assumiu o cargo de copilota de avião, no modelo Caravan C208. Em 1995, tornou-se a primeira mulher comandante de uma linha aérea no Brasil, pilotando aeronaves do mesmo modelo.
Ainda criança, Claudine imaginava voar como seu primo aviador da Força Aérea Brasileira (FAB). O sonho era possível, pois em 1982 a FAB viria abrir as suas portas para as mulheres. A jovem então realizou aulas teóricas de voo em um aeroclube em Curitiba e aulas práticas em Juiz de Fora (MG).
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Em 1992, quando Claudine iniciou a sua carreira na LATAM como comissária de bordo, já possuía as carteiras necessárias para ser pilota e, assim que surgiu a oportunidade, realizou a migração para o cargo de tripulante técnica, profissão que sempre quis seguir.
Ela realizou voos domésticos durante quatro anos e, quando a companhia adquiriu a sua primeira aeronave para voos de longo curso, fez parte da primeira turma de copilotos que voariam do Brasil ao exterior. Claudine lembra que o seu primeiro voo internacional foi para Miami, nos Estados Unidos.
Atualmente, a curitibana é comandante de aeronaves Boeing 787 e 777, que na LATAM Brasil, são utilizadas para operar as rotas internacionais do Brasil para América do Norte, Europa e África. O Boeing 777, aliás, é o maior avião da frota da LATAM, com capacidade para 410 passageiros.
Ao todo, a comandante já acumula mais de 20 mil horas de voos, principalmente em rotas internacionais de longo alcance. “Realizei o meu primeiro voo internacional na LATAM em 1998 e me lembro como se fosse hoje. Voar para o exterior é um grande objetivo em nossa profissão e fico muito feliz em saber que os meus colegas possuem essa oportunidade desde o seu primeiro dia na companhia”, comemora a Claudine Melnik.
Mãe de dois filhos, ela diz que sua profissão “exige uma grande doação pessoal”, mas reforça que isso acontece com homens e mulheres. “Talvez a aviação seja um pouco mais difícil para as mulheres por conta da própria autocobrança feminina. Como mãe, pratico o eterno exercício da culpa de não estar presente em momentos significativos e insubstituíveis, sempre torcendo para que tudo caminhe bem enquanto estou a milhas longe de casa. Esse ano completo 30 anos de casa e acredito que tudo está na ordem que deveria estar”, agradece a Claudine Melnik.