Foram 44 dias de batalha, sendo 42 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Glória Maria de Camargo Moro superar o coronavírus. A aposentada chegou ao Hospital Geral de Curitiba, da 5.ª Região Militar, no dia 26 de março depois de contrair a convid-19 após visitar a filha que mora nos Estados Unidos. Glória completou 70 anos no dia 22 de abril, enquanto estava internada, mas na última sexta-feira (8), recebeu alta e vai passar o Dia das Mães em casa.
“É um prazer imenso, uma alegria que vem da alma. Porque não foi fácil. Acho que fui uma escolhida de Deus. Eu não lembro de nada, não lembro nem como cheguei aqui. As enfermeiras falaram que eu quase morri. Só tenho a agradecer aos médicos, enfermeiras. Um carinho imenso, muita atenção”, elogia Glória, mãe de três filhos.
Ela conta que o momento mais difícil era conversar com a família por vídeo enquanto estava no hospital. “A gente se emociona porque quando colocaram eles para eu ver, eu chorei muito, sabe quando dá falta de ar? Acho até que piorei. Aí depois eu me controlava e ficava sério para falar com eles, engolindo minhas emoções”, relembra.
LEIA MAIS: “Não sei como peguei coronavírus. Fiquem em casa!”, apela jornalista que foi pra UTI
A próxima etapa é focar na recuperação. “A última etapa agora é a alimentação. Mas eu sou uma mulher lúcida e ativa. Dirijo, faço natação, musculação, vou ao supermercado. Agora é me recuperar totalmente”, confia.
Chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, a capitã Arana Rodrigues, explica a gravidade da doença superada pela dona Glória: “Ela chegou em um momento inicial da doença no Brasil e a gente não tinha muito conhecimento do que encontraria pela frente nessas situações. Ela chegou na UTI precisando de intubação e com comprometimento pulmonar bem grave”.
Glória mora com o filho Maurício Camargo e vai passar o Dia das Mães em casa com a família. O outro filho Fernando, também mora em Curitiba, enquanto Renata reside nos Estados Unidos.
+Leia também! Uma história de superação de fotógrafa premiada que renasceu com a chegada dos filhos gêmeos
“Tudo foi muito rápido. Na noite anterior da internação ela estava se sentindo febril, com um pouquinho de tosse. Mas ela foi dormir tranquila. No dia seguinte eu achei que ela estava muito quieta. Ela estava imóvel, ela me disse que não conseguia se mexer. Então eu já liguei para o meu irmão e ele veio para casa. Ela não conseguia nem andar direito”, detalha Maurício.
Glória também surpreendeu a equipe médica pelo tempo que resistiu e ficou internada. Enquanto a média de internação dos pacientes que se curam do coronavírus é de uma a duas semanas, a curitibana ficou um mês e meio batalhando contra a doença. Como o Hospital Geral é de uso militar, poucos foram os casos de covid-19 registrados lá. Ela foi homenageada quando recebeu alta.
“Nós nos unimos para vencer junto com ela”, destaca a tenente Marcela Goulart. “Exigiu da nossa equipe bastante estudo, discussão e um trabalho multidisciplinar e todos”, comemora a tenente Patrícia Harder.
LEIA MAIS: Dr. Jamal vence o coronavírus e tem alta em Curitiba, após quase dois meses no hospital
A Tribuna precisa do seu apoio! 🤝
Neste cenário de pandemia por covid-19, nós intensificamos ainda mais a produção de conteúdo para garantir que você receba informações úteis e reportagens positivas, que tragam um pouco de luz em meio à crise.
Porém, o momento também trouxe queda de receitas para o nosso jornal, por isso contamos com sua ajuda para continuarmos este trabalho e construirmos juntos uma sociedade melhor. Bora ajudar?