Rede municipal

Curitiba reduz aulas presenciais a uma semana por mês e mudança desagrada pais

Escola de Curitiba na pandemia
Escola em aula presencial durante a pandemia. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná

Uma mudança na forma como as crianças e os estudantes dos anos iniciais da educação terão acesso às aulas presenciais na rede municipal de Educação de Curitiba é motivo de reclamação entre pais dos alunos. Em vez de 15 dias mensais de atividades dentro das salas de aula, como era previsto no início do ano, a Secretaria Municipal de Educação da capital propôs um novo escalonamento para o segundo semestre, no qual cada aluno que estiver no modelo híbrido passará a ter apenas uma semana de aulas presenciais. A proposta será adotada em agosto, podendo ser modificada ou mantida dependendo de avaliação da prefeitura.

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Em agosto, a presença em sala levará em conta a divisão alfabética e de turmas. Primeiro, as turmas serão divididas em duas, separadas pelas iniciais dos nomes dos alunos. Quem tem nomes que começam de A a L foi colocado no Grupo A, e de M a Z no Grupo B. A partir daí temos uma divisão por turmas, como segue:

SemanaAula presencial: turma (grupo)
2 a 6 de agostopré-escola (B) + 4º e 5º (B)
9 a 13 de agostopré-escola (A) + 4º e 5º (A)
16 a 20 de agosto1º, 2º e 3º (B)
23 a 27 de agosto1º, 2º e 3º (A)

Para a semana de 2 a 6 de agosto serão chamados às aulas presenciais os alunos do Grupo B dos 4º e 5º anos, além das turmas da pré-escola. De 9 a 13 de agosto é a vez dos alunos do Grupo A das mesmas turmas. A divisão segue nas semanas seguintes, com os alunos do Grupo B das turmas de 1º, 2º e 3º anos sendo chamados para as aulas presenciais entre 16 e 20 de agosto. Na semana seguinte, de 23 a 27 de agosto, serão os estudantes do Grupo A das mesmas turmas os chamados para as salas de aula.

A medida desagradou Geórgia Lúcia Tonet da Silva. Mãe de duas meninas, uma de 4 anos e outra de 7 anos, ela disse concordar com os protocolos de segurança adotados pelas escolas. Mas questiona o formato de retomada, que faz com que a filha mais velha tenha apenas uma semana de aulas presenciais no mês, metade do que foi ofertado no modelo híbrido no começo do ano.

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“Quando a volta foi anunciada em março, nós vimos os protocolos e estava tudo correto, tudo muito organizado. Só que não era mesmo a hora de voltar, porque não tinha quase ninguém vacinado. Agora está tudo funcionando, bares lotados, pessoas trabalhando, a vacinação avançou. Qual é a justificativa? As escolas particulares estão recebendo os alunos normalmente, isso infelizmente vai deixar as escolas da rede pública ainda mais para trás”, comentou.

Ela disse que a filha de 7 anos havia começado o processo de alfabetização quando as aulas presenciais foram suspensas. Além do prejuízo na educação, ela também cita outros problemas pelos quais as crianças podem estar passando neste momento. “Eu ainda consegui fazer as atividades com ela, mas não é a mesma coisa. As crianças precisam conviver com outras crianças, ter esse contato. Isso está afetando o lado emocional dessas crianças. A escola hoje é o local mais seguro para elas, e ainda mais para aquelas de famílias em situação de vulnerabilidade”, comentou.

“Modelo mais correto e prudente”

Procurada pela reportagem, a secretária municipal de Educação, Maria Sílvia Bacila, explicou que o retorno escalonado dos estudantes foi uma medida acordada entre os diretores das escolas com base nas recomendações expedidas pela Secretaria Municipal de Saúde. Ela classificou a medida como “o modelo mais correto e prudente” para o momento, e que dessa forma está minimizando a possibilidade de novos fechamentos das escolas.

“Não é uma decisão tomada sozinha, é uma decisão tomada no coletivo, entre todos os gestores da Secretaria Municipal de Educação. Uma decisão coletiva, para que pudéssemos evitar qualquer tipo de fechamento das nossas escolas de agora para adiante. Nós estamos trabalhando em duas direções. A primeira delas é salvaguardar as nossas crianças, os nossos estudantes e os nossos profissionais. Temos que salvaguardar também o processo pedagógico que se inicia com um grande trabalho mediado pelos nossos profissionais”, afirmou.

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Segundo a secretária, a adesão dos pais ao modelo híbrido atual, de cerca de 65%, é menor do que a verificada no começo do ano, quando foi de 70%. Ela reforçou que uma nova avaliação deve ser feita no final de agosto, e se for identificado que não houve aumento nos casos de Covid entre o público escolar, a medida pode ser revista.

“Nós vamos cumprir com o combinado. Tomara Deus que a partir de setembro nós possamos trabalhar com outras perspectivas, já com todos os grupos mais imunizados e possamos realmente chegar a casos zerados dentro das nossas unidades e, quem sabe, junto com essa decisão novamente coletiva pensarmos em novas formas de acolhermos um número maior de estudantes dentro das nossas unidades”, falou. “Creio que isso é uma grande tendência para o nosso trabalho, que vem sendo, reitero, muito cuidadoso nesse sentido. Eu não posso quebrar esse combinado agora, vamos seguir com o que nós combinamos e que vem dando certo. Isso é muito importante destacar. Se não estivesse dando certo, teríamos que ter outro rumo”, afirmou.


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