A prefeitura de Curitiba estuda criar um consórcio para administrar o sistema de transporte público da capital e integrar de uma forma mais organizada 29 municípios metropolitanos (RMC), a Urbs e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). A informação veio do vice-prefeito Eduardo Pimentel, em reunião virtual na quinta-feira (11), no Palácio 29 de Março, com os dirigentes da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). O objetivo, segundo a prefeitura, seria equacionar o problema de mobilidade e do subsídio ao transporte público metropolitano.
De acordo com a ideia apresentada por Pimentel, a proposta do consórcio seria uma alternativa para descentralizar a administração do transporte público. Segundo a prefeitura, o formato poderia seguir um projeto semelhante ao Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol). O Conresol funciona, basicamente, para dar autonomia na gestão do descarte de resíduos sólidos das cidades participantes. Ou seja, em vez de cada prefeito administrar o destino do lixo de sua cidade, isso é feito em conjunto pelo consórcio, descentralizando o gerenciamento.
“A pandemia colocou em xeque o sistema de mobilidade das cidades, fazendo com que repensemos o atual modelo que está sobrecarregado e ultrapassado. É muito importante que governo federal, estadual e municípios da RMC contribuam de forma proporcional através de subsídios para a modernização do nosso sistema”, afirmou Pimentel ao site da prefeitura.
A prefeitura planeja alternativas para pensar o transporte com novos modais integrando os ônibus ao carro, motos e bicicletas.
Apoio federal
Para o funcionamento do consórcio metropolitano, o presidente da Urbs, Ogeny Maia Neto, defendeu o pagamento de subsídio pelo governo federal para o transporte metropolitano das grandes cidades.
“Hoje temos em torno de 20% dos usuários com gratuidade instituída pelo governo federal. E quem paga está conta? Hoje é o usuário esgotando o sistema. Precisamos que o governo federal faça sua parte e auxilie os municípios com o pagamento de subsídio de pelo menos o valor das gratuidades”, afirmou o presidente.
Na reunião, Ogeny também destacou a criação do Regime Emergencial do Transporte Coletivo durante a pandemia em Curitiba. “Desta maneira conseguimos manter o sistema de transporte público da capital funcionando plenamente com a oferta de ônibus sem reajustes ou greves, criamos ferramentas de gestão capazes de garantir aos curitibanos, na medida do possível, um transporte público adequado para o período de distanciamento”, afirmou ele.