A história da Imigração Japonesa pode ganhar um destaque ainda maior na capital paranaense. Foi proposta na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) a criação de um Roteiro Turístico da Presença Japonesa na cidade. O objetivo é divulgar os monumentos e locais que remetem à presença desta cultura no município e reconhecer os vínculos e laços estabelecidos aqui, que contribuíram para o desenvolvimento de Curitiba. 

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Chamado de “Rota Nipo-Curitibana”, o roteiro deverá passar por dez endereços da cidade, localizados em sete bairros, e que têm relação direta com a história dos imigrantes japoneses e seus descendentes: Praça do Japão (Água Verde); Praça Himeji (Mercês); Praça Ryu Mizuno (Jardim das Américas); Praça Tsunessaburo Makiguti (Jardim das Américas – foto acima); Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba – Nikkei Curitiba (Cristo Rei); Palácio de Hyogo (Jardim Botânico); Parque do Centenário da Imigração Japonesa (Uberaba); Templo Budista Nishi Hongwanji (Uberaba);  Templo Nyorenji (Cajuru); e Templo Higashi Honganji (Uberaba).

Segundo estabelece o projeto de lei, o roteiro turístico da imigração japonesa passará a constar no acervo de produtos de atividades e eventos turísticos de Curitiba. Além disso, os monumentos, logradouros e espaços poderão ser integrados ou removidos do roteiro a qualquer momento, “desde que haja justificativa idônea para tanto, que deve ser acolhida por equipe técnica do Poder Público”.

Sua criação e implantação ocorrerão em colaboração com as instituições de ensino superior públicas ou privadas ou com Organizações da Sociedade Civil (OSCs) regularmente declaradas de Utilidade Pública Municipal, sem prejuízo da colaboração de outros segmentos da iniciativa privada e do setor público. Se a Rota Nipo-Curitibana for aprovada, a lei entrar em vigor 30 dias após sua publicação no Diário Oficial do Município, ou seja, a Prefeitura de Curitiba terá um mês para se implementar o novo roteiro turístico da cidade.

Praça Tsunessaburo Makiguti, no jardim das Américas, em Curitiba, é famosa pela florada das cerejeiras. Foto: Arquivo.

Nova rota turística é a celebração dos laços firmados entre Curitiba e Japão

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“A presente proposta almeja celebrar os fortes laços que ligam a cultura japonesa a Curitiba por meio da criação da Rota Nipo-Curitibana, de modo a promover pontos turísticos e espaços culturais de influência ou inspiração nipônica. A rota incluirá locais históricos, culturais e gastronômicos, proporcionando aos moradores e visitantes uma imersão na herança japonesa da cidade”, afirma a justificativa do projeto de lei.

Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908; e quatro anos depois, a primeira colônia japonesa foi instalada em Curitiba. “A história registra que, ‘em dezembro de 1924, o cognominado Pai da Imigração Japonesa, Ryu Mizuno, chega à chácara Mercedes, na periferia da cidade de Curitiba, e começa o plantio de hortaliças. E, a partir de então, começou a entrada de elementos japoneses na cidade de Curitiba, tais como Toshikuni Aoto, Jinta Hagiwara, Kaoru Watanabe, Sai Terasawa e mais de 30 japoneses que, mais tarde, em 1930, fundaram a Sociedade Agremiativa de Japoneses em Curitiba’”, cita a matéria.

O Tomonokai, o Uberaba Seinenkai, a Sociedade Esportiva Cultural e Beneficente Glória foram inaugurados em 1948 (após a 2ª Guerra Mundial, período em que os imigrantes sofreram preconceito na cidade). A União dos Gakusseis de Curitiba, local de confraternização voltado para os estudantes nipo-brasileiros, surgiu em 1949. Ao longo do tempo, outras entidades foram fundadas e se tornaram centros de celebração e de difusão da cultura nipônica. Hoje, essas entidades promovem a cultura japonesa, fortalecem os laços comunitários e contribuem para a efetiva integração dos nipo-brasileiros na sociedade curitibana.

Em que pé está o projeto?

O projeto de lei complementar foi protocolado no dia 30 de junho e está sob análise da Procuradoria Jurídica da Câmara de Curitiba (Projuris). Após receber uma instrução técnica, será avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a qual decidirá se o projeto está apto a ser discutido na CMC ou se será arquivado. Se admitido pela CCJ, será apreciado pelas demais comissões temáticas do Legislativo, antes de ser levado para votação em plenário. Se aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito, a lei entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial do Município.

O que??

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