Curitiba está entre as cidades do Paraná que tiveram menos chuva entre junho de 2019 e março de 2020. A capital registrou 725 milímetros, uma redução 43,1%, já que a média histórica apontava para 1.274 mm. Entre estes dez meses, março foi o período mais seco, o que justifica ainda a ocorrência constantes de rodízios de abastecimento de água entre as cidades da Grande Curitiba. Segundo o Simepar, neste ano, contudo, a precipitação foi de apenas 12 mm em março. O recorde negativo da cidade era de 44 mm, registrado em março de 2017.
O cenário em Curitiba não é muito diferente de outras cidades do Paraná. Um levantamento do Simepar mostrou que o estado vive a pior estiagem desde que o órgão começou a monitorar as condições do tempo, em 1997. Além de Curitiba, o problema de estiagem em Ponta Grossa (Campos Gerais), Guarapuava (Centro), Maringá (Noroeste), Londrina (Norte), Foz do Iguaçu (Oeste), Cascavel (Oeste), Guaratuba (Litoral) e Umuarama (Noroeste). Este grupo de cidades teve uma redução média na precipitação de 33%.
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Guarapuava é a cidade que mais sofre com a seca. Houve uma diminuição de 47,2% no volume de chuvas, o que representa 809 milímetros contra uma média histórica de 1.533 mm.
“O verão ficou marcado por precipitações muito abaixo do esperado, o que levou ao cenário de intensificação da estiagem em quase todo o Paraná”, explicou o coordenador de operação do Simepar, Antonio Jusevicius. Segundo ele, o estado teve quebra de recordes históricos de mínimos de chuva em algumas estações do Simepar, especialmente em Curitiba.
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Falta de água
A situação da estiagem afeta diretamente abastecimento em bairros de Curitiba e região. O Rio Miringuava, por exemplo, que abastece Curitiba e 12 cidades do entorno, perdeu 60% do volume de água. O nível médio das barragens do Iraí, Passaúna e Piraquara 1 e 2, do Sistema Abastecimento Integrado de Curitiba, está em 62,7%. Os mananciais que abastecem as cidades de Almirante Tamandaré, Rio Negro, Fazenda Rio Grande e Colombo estão igualmente com níveis preocupantes.
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Vai melhorar?
Levantamento do Simepar não aponta um cenário animador pela frente. Um relatório mostra que o volume de chuvas previsto ficará abaixo da média normal para o período de três a seis meses. O outono por si só já tem uma média menor, o que reforça a necessidade de um consumo consciente de água. “A previsão é de que ela não será longa no Estado, vai servir apenas para amenizar um pouco a secura do solo, não tendo impacto importante na retenção de água pelos reservatórios”, disse Jusevicius.