A imaginação das crianças não tem limites quando elas começam a pensar sobre o que querem para o futuro. Como a construção de um mundo melhor começa pelo lugar onde cada pessoa vive, crianças de 6 a 12 anos do Centro de Educação Infantil Virgem da Salete, localizado no Jardim Social, em Curitiba, foram convidadas, na manhã de ontem, a sonhar o que querem para o bairro onde moram no ano de 2020.
A atividade, cujos sonhos foram expressos através de desenhos feitos pelos próprios estudantes, foi realizada por iniciativa da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e do Serviço Social da Indústria (Sesi).
“A opinião das crianças sobre o futuro dos locais onde vivem é muito importante, pois elas, ao contrário da maioria dos adultos, não ficam presas aos paradigmas do passado”, disse a agente de bairro, Giselle Quaesner, que coordenou a dinâmica na instituição.
Em grande parte dos desenhos feitos pelas crianças, o aparecimento de temas ligados ao meio ambiente foi comum. Ana Flávia Costa, de 7 anos, por exemplo, sonhou com a existência de uma floresta em meio a seu bairro, onde seres humanos e animais pudessem viver em harmonia. O desejo foi parecido com o de Natália Rodrigues Kraft, de 6 anos.
“Queria que perto de minha casa houvesse mais árvores e flores nas ruas. Se isto acontecer, daqui a dez anos eu irei regar as flores todos os dias, construir uma casa na árvore e pendurar balanços nos galhos. Também irei comer muitas frutas, que irei tirar direto das árvores. Plantarei um monte de pés de manga”, afirmou.
A estudante Gabriela Cruz, de 11 anos, desejou uma praça com parquinho, na qual pudesse passear com seus avós e brincar com sua irmã. “Minha mãe não deixa que eu e minha irmã brinquemos na rua. Por isso, temos que ficar sempre fora de casa. Acho que, se no futuro houver uma praça com parque no lugar onde vivo, outras crianças não vão ter o mesmo problema”.
Já Ana Carolina Ribeiro Janovski, também de 11 anos, sonhou com um lugar onde todos pudessem se deslocar com autonomia e liberdade. Por isso, pensou em um bairro onde houvesse, em todas as ruas, rampas de acesso a serem utilizadas por idosos e cadeirantes. “Na minha rua, não tem nenhuma rampinha nas ruas. Nunca vejo pessoas de cadeira de rodas passeando por lá”, contou.