Alheios ao cadáver de um desconhecido, que jazia em um banhado, ao lado do campinho de futebol no Jardim Acrópole, Cajuru, garotos com idades entre 3 e 8 anos brincavam de dar tiros nos passantes, com armas de brinquedo.

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Vez por outra paravam para observar o morto, um desconhecido com cerca de 30 anos, que permanece sem identificação no necrotério do Instituto Médico Legal. A cena chamou a atenção do fotógrafo Átila Alberti, do Paraná Online, que retratou a insensibilidade das crianças diante da violência urbana.

Testemunhas involuntárias de uma história cotidiana de assassinatos e tráfico de drogas, os meninos não se assustaram diante de mais um corpo. Nem seus pais ou responsáveis se preocupavam em retirá-los dali. A morte, no Cajuru, virou coisa banal.

O homem assassinado a tiros (tinha ferimentos no peito e nos braços) não portava documentos. O corpo foi achado no início da manhã de ontem, no final da Rua Renato Gurgel do Amaral Valente, num banhado ao lado do Rio Atuba, na divisa com o município de Pinhais.

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Moradores da vila não reconheceram o morto e também não souberam dizer à polícia o que aconteceu. “Os vizinhos disseram que não viram nem ouviram nada”, lamentou o investigador Castro, da Delegacia de Homicídios.

Existe a suspeita que o homem tenha sido levado até o local e jogado no banhado já morto. A polícia aguarda familiares para identificá-lo. Ele vestia bermuda azul e camisa amarela.

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Mais um

Outro homem, de aproximadamente 23 anos, sem documentos, foi morto a pauladas e jogado embaixo da ponte do Rio Palmital, na Rua Carlos Drumond de Andrade, Vargem Grande, ao lado da linha do trem, em Pinhais. O cadáver foi encontrado na manhã de ontem.

Segundo informações recebidas pela polícia, o rapaz era usuário de drogas e, na noite de terça feira, foi visto pela última vez com vida, em companhia de outros viciados, sentado em frente a uma residência, fumando crack. O desconhecido trajava bermuda cinza e camiseta preta, e tinha várias tatuagens.

Átila Alberti
Diante do cadáver, insensibilidade. Na mão, a arma de brinquedo.