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Criadores de aplicativo garante que podem vender seu carro em apenas 50 minutos

Sócios da Cash Auto planejam trazer loja física para Curitiba. Foto: Divulgação

Uma start-up de Londrina, que está prestes a abrir uma loja física em Curitiba, promete vender o carro de seus clientes em apenas 50 minutos. A Cash Auto surgiu como uma proposta de atuar como mediadora entre revendas de automóveis e clientes interessados em vender seus autos. A simplificação do processo que antigamente era complexo e trabalhoso deu certo e a promessa da venda rápido tornou-se o principal slogan dos criadores da empresa

Para começar a contar o prazo, no entanto, é preciso que o cliente cumpra algumas obrigações prévias. Ycaro Martins, fundador e CEO da empresa, explicou como funciona o processo. “Quem pretende vender o carro pode fazer o cadastro inicial no site. Nossa equipe entra em contato com a pessoa e faz uma avaliação prévia do veículo por fotos e outros detalhamentos”, disse.

Com o veículo dentro dos parâmetros, o cliente é orientado a levar o carro até umas das lojas para uma perícia. Se ele não estiver em Londrina – problema para os curitibanos, que segundo os donos da empresa será solucionado em breve com a abertura de uma filial na capital -,  a empresa pede que seja feita uma perícia em uma empresa especializada ou loja parceira. “Essa verificação das condições do carro é fundamental para os revendedores manterem a confiança no nosso negócio”, disse o CEO.

Depois desse processo, o carro passa a ser exibido em uma listagem, que fica disponível somente para as revendedoras por meio de um aplicativo. É a partir daí que o tempo de 50 minutos começa a contar. Ao todo, segundo o sócio Alison Vilas Boas, são mais de mil lojistas cadastrados. “Dificilmente não haverá ninguém interessado no carro”, explica. O valor das compras são em média com diferença de 20% em relação à tabela Fipe, principal referência usada para preços de automóveis.

A empresa não negocia a venda com o cliente final, pois tudo é feito direto com as revendedoras. Todos os pagamentos e recebimentos também passam pela empresa, que, em alguns casos, chega a garantir a compra se houver desistência de algum lojista. “É uma forma de não quebrar o elo com os clientes”, explicam os sócios.

Maruan Caldarellli é revendedor de carro em Londrina e diz ter negociado cerca de 40 automóveis usando a plataforma. “O que chama a atenção é a facilidade de fazer o negócio. Depois de fazer a escolha na lista, a documentação vem toda pronta, a perícia. Então é só fechar negócio e ir buscar o carro. Também é interessante porque apesar de o negócio usar a internet, ele é finalizado com as pessoas da loja. Não é um lugar que não existe”, diz.

Segundo o site da Cash Auto, desde que a empresa entrou em atividade, em 1° de dezembro de 2016, já foram negociados 4.598 carros, 570 só no mês de janeiro e 18 só no dia da realização da matéria. Sobre o valor das vendas é cobrada uma comissão de 5%. Em 2017, segundo os sócios, a estimativa de faturamento da empresa foi de R$ 27 milhões. Os sócios também pretendem instalar novas filiais até o final deste ano, em Maringá, em Curitiba e mais uma em Londrina. Por enquanto, a empresa atende a Região Sul e São Paulo.

Prática antiga

A prática de compra e venda de carros por meio de grupos de lojistas não é novidade. Antes da era da internet, ainda no tempo do Fax, havia em São Paulo uma rede de negociação chamada “Bolsa”, na qual os lojistas faziam um cadastro para comprar carro zero quilômetro.

“Você telefonava pra lá e fazia uma busca na listagem de carros que eles tinham. Se tivesse algum que interessava, era só fazer o pagamento direto pra eles e retirar o veículo onde estivesse. Podia ser em São Paulo ou em outra cidade, dependendo de onde estava o carro”, conta Cristian Lipski, revendedor de carros na Região Metropolitana de Curitiba, que não aderiu ao aplicativo e prefere o jeito antigo de negociar.

Ele questiona a forma de avaliação dos veículos. “Por mais que, hoje em dia, todo mundo use fotos para comprar ou vender um carro, não há nada que substitua a experiência de dar uma volta com ele. Ainda mais carro usado. Não sou contra o negócio, mas é sempre bom ficar atento para não ter prejuízo”, arremata.

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