Um levantamento apontado por vereadores de Curitiba apontou que 235 que estudam na rede municipal de Curitiba perderam a mãe ou o pai para a covid-19. Segundo boletim mais recente, a pandemia causou 7.675 mortes na cidade. Mas com a vacinação, este panorama está caminhando e as mortes diminuindo a cada dia. Como ajudar estes pequenos a entender uma questão tão complexa?

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O tema foi discutido na CMC em uma audiência especial sobre o andamento da pandemia na capital. Sandra Mara Piotto, coordenadora de Equidade, Famílias e Rede de Proteção da Secretaria Municipal da Educação (SME), apresentou um balanço da situação nas escolas administradas pela Prefeitura de Curitiba. “Até ontem, tivemos 226 famílias com perda direta do pai ou da mãe de alguma criança. O que nos dá 235 crianças matriculadas na rede municipal de ensino que tiveram o processo de luto recente decorrente da covid-19”, afirmou a gestora.

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Sandra Piotto explicou que a Prefeitura de Curitiba criou um projeto de acolhimento aos órfãos da covid-19, que vai da identificação do reposicionamento das crianças na família estendida a informar os responsáveis dos seus direitos, desde a guarda até as questões de pensão, buscando a reorganização familiar. “Fizemos as mediações para que a família estivesse amparada em todos os aspectos”, garantiu. Ela informou que a participação era voluntária, com 30% das famílias ingressando no programa.

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“O número de crianças que perderam familiares durante a pandemia nos tocou e os profissionais da Educação elaboraram um programa de acolhimento a essas famílias, que foram convidadas a participar. Muitas vezes quem veio a óbito é quem cuidava, quem orientava as crianças nos estudos. E com dor você não aprende”, ratificou a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila. A exposição dos dados da SME foi um dos aspectos abordados na audiência pública, que fez um mosaico dos problemas relacionados à saúde mental das crianças e adolescentes na pandemia.

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Saúde emocional

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Parte da discussão na Câmara de Curitiba foi sobre como acolher as crianças atingidas pela pandemia. Para Bryan Rojas, pastor e professor no Colégio Adventista Boa Vista, o ideal é a participação dos adultos na superação da tristeza.

“Amar é uma atitude, uma ação. É lembrar que as pessoas precisam de ajuda. As crianças têm medo de se abrir, de conversar. Depois de amar, é preciso não julgar. Temos que entender qual a história da criança, que às vezes vêm de lares destruídos. Precisamos ter tempo para oferecer esperança e então ajudar”, afirmou. “Um olhar empático para as crianças mais perto da gente pode fazer toda a diferença”, concordou a pastora Kelly Subirá, autora de livros sobre a infância.

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“Criança saudável é aquela que consegue interagir, num ambiente de trocas recíprocas”, disse Patrícia de Lima. “Não podemos romantizar a saúde mental e cobrar dos órgãos governamentais o direito à saúde integral”, disse defendendo a realização da escuta empática das crianças. Ela relatou ter atendido crianças com três anos profundamente enlutadas pela perda de parentes durante a pandemia. “Que mecanismos podemos criar para ajudar as famílias, os educadores?”, perguntou.

A discussão aconteceu após uma iniciativa dos vereadores Sargento Tânia Guerreiro (PSL) e Nori Seto (PP).

*Com informações da Câmara Municipal de Curitiba.

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