Enquanto tomava mais um gole da garrafa de cachaça, que já estava quase no fim, “seu Beto” encontrou um cadáver. Ele tomava banho no Rio Palmital, em Colombo, na tarde de quarta-feira (17). Ele ficou chocado ao ver o corpo do homem, coberto de insetos. Segundo a Polícia Militar, a morte deve ter sido há cerca de cinco dias. O mau cheiro devido ao estado avançado de decomposição tomava conta do local. A vítima não foi identificada e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), que deve determinar as causas da morte.
Beto mora em uma casinha de madeira no meio do matagal próximo ao rio, entre os jardins Aurora e das Graças. Ele divide a área com usuários de entorpecentes, que abandonam garrafas de bebidas, colchões, roupas e sapatos por todos os lados. Beto diz que, na noite passada, ouviu tiros próximo ao rio.
Moradores da região reclamam que a concentração de drogados acontece há anos, sem que sejam tomadas providências definitivas. “A polícia até vem e toca eles daqui, mas é só a viatura ir embora que eles estão de volta”, comentou uma mulher, que mora há 30 anos no bairro, mas preferiu não se identificar. “A prefeitura tinha que roçar esse mato também, a gente cansa de pedir”.
Outro morador contou que tem dias que mais de 50 usuários se reúnem no matagal. “Fim de semana e fim de ano parece ‘spa’ de drogado. Tem família que para o carro ali e larga eles”, afirmou. A vizinhança reclama que, além de deixar sujeira, os usuários pedem dinheiro e comida nas casas e até vendem produtos, que suspeita-se ser furtados ou roubados.