Um gesto tão simples e natural, mas que muitas vezes acaba sendo alvo de preconceito. Assim pode ser definida a amamentação. Pensando nisso e em uma forma de desmitificar o assunto que, neste domingo (6), mais de 50 mães participaram de um grande “mamaço” no Jardim Botânico, principal ponto turístico de Curitiba.
A ação, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde, buscou incentivar o aleitamento materno e conscientizar a sociedade sobre a importância de disso. “Porque as mulheres precisam entender que o ato de amamentar só traz benefícios, pra elas e para as crianças também”, definiu Claudete Texeira Krause Closs, médica e coordenadora do Programa de Aleitamento Materno (Proama).
Segundo a médica pediatra, o fato de continuar a amamentação de um filho por, pelo menos, seis meses faz com que as mães evitem ter câncer de útero e outras doenças que afetam as mulheres. “Já para as crianças, o benefício é ainda maior, porque além de evitar uma série de doenças, faz com que os pequenos cresçam mais saudáveis e o melhor: de uma forma natural”.
Conscientização
Estatísticas mundiais dão conta de que apenas 35% das mães amamentam os filhos por um longo período. “Às vezes isso acontece por um outro motivo, cada caso é um caso, mas quase sempre se dá por desinformação e também pela falta de falarmos no assunto”, explicou Claudete.
Em 2017, o tema da campanha mundial de amamentação é “Ninguém Pode Fazer por Você. Todos Podem Fazer Junto com Você” e, segundo a coordenadora do Proama, é preciso que haja envolvimento não só das mães, mas também de toda a sociedade. “Desde o pai, a família, os pediatras, os locais de trabalho, todos têm responsabilidade em fazer com que mamar seja obrigatório e que a mãe tenha apoio a oferecer o peito em livre demanda”.
Simples, mas importante
A nutricionista e professora Rubia Carla Giordani, 42 anos, tem três filhos e dois deles amamentaram até um ano. O pequeno Joaquim, de quatro meses, é seu terceiro filho e ela disse que deve seguir o mesmo padrão. “Os meus outros dois, uma de 10 e o outro de 16, só pararam porque quiseram. E assim eu também quero que seja com o mais novo. Algo natural, simples, mas que continua sendo muito importante”.
Para ela, é importante que o ato de amamentar seja desmitificado e, principalmente, humanizado. “As pessoas ainda têm muito preconceito. Se pararmos para pensar, é algo tão natural, que todos nós passamos um dia, não há sentido algum julgar. Infelizmente, o corpo da mulher ainda é muito sexualizado, mas isso é questão de falarmos sobre o assunto cada vez mais”.
Fabiola Benetti, 27, já tem dois filhos e o primeiro deles, que hoje tem 4 anos, mamou até pouco tempo. “O Joaquim continuou mamando até os três anos e parou porque quis. Agora, com minha filha de um ano e nove meses, continuo com a mesma decisão: ela define quando quer parar”.
De acordo com a jovem mãe, a dica para as outras mulheres é também pensar em sua própria decisão. “É importante que haja respeito e cumplicidade. Porque o ato de amamentar só traz vantagens e a gente percebe enquanto põe em prática”, alerta.