Com hospitais públicos e privados lotados em Curitiba e em outros municípios do Paraná, o risco de faltar remédios usados no tratamento dos pacientes mais graves, que estão internados com covid-19, segue preocupando as autoridades de saúde. Entre os medicamentos com maior risco de desabastecimento estão os bloqueadores neuromusculares, que são usados para intubar os pacientes.
Sobre esta situação alarmante, a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak revelou ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC, que por conta da alta demanda, não está sendo fácil comprar estes insumos. “Estamos muito preocupados, tenho falado com Brasília. Temos ainda um estoque, mas o consumo aumentou absurdamente, principalmente os neurobloqueadores. Os fornecedores estão dizendo que estão com dificuldades de atender os nossos estoques”, disse Márcia, em entrevista concedida nesta quarta-feira (17).
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No Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), que abastece 63 hospitais de referência do Paraná, os estoques de medicamentos usados nas intubações estão em condição crítica nesta quarta-feira. A previsão, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), é de que este estoque dure somente até o início da próxima semana, até o dia 23 de março. Nesta quarta, restavam poucas caixas de alguns medicamentos, como as duas de um tipo bloqueador muscular, como também mostrou o Meio Dia Paraná.
“Não tem vaga”
Na terça-feira (16), Curitiba registrou 1.213 novos casos de contaminação pelo coronavírus e 41 mortes de moradores da cidade, conforme boletim da Secretaria Municipal da Saúde. Trinta e dois desses óbitos ocorreram em apenas 48 horas e 18 das novas vítimas tinham menos de 59 anos de idade. Dados que mostram a gravidade da pandemia na capital paranaense, como ressaltou a secretária Márcia Huçulak
“Gente, não é aceitável, não é humano, temos 41 mortos. Muitos poderiam ser evitados. Se tivessem tomado medidas e circulado menos, poderiam ter sido evitadas. É uma doença nova, o mundo todo está buscando e não existe uma droga pra salvar”, afirmou, à RPC.
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Ainda de acordo com Márcia, o coronavírus avança e pessoas infectadas podem ficar acesso à uma vaga em uma UTI. “É hora de parar um pouco. Você é rico, pobre, milionário, não tem vaga. Os planos de saúde, inclusive, estão recomendando que as pessoas busquem as UPAs. Hospitais estão em uma situação de gravidade real. Hoje não há distinção. O vírus deu um tombo e o meio, é parar a transmissão”.