Éder de Souza Conde, preso no último sábado (20), foi detido por tentar invadir uma casa que era dele num condomínio de luxo em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A informação foi divulgada pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (22). O homem nega.
Segundo o delegado Rodrigo Brown, o imóvel está confiscado e foi repassado à União por determinação judicial em junho de 2011 quando Éder foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo crime de tráfico de drogas. A Justiça entendeu que a residência, avaliada em mais de R$ 1 milhão, foi comprada por ele com dinheiro oriundo do tráfico.
O imóvel, segundo a polícia, foi perdido e aguarda para ir à leilão judicial. Apesar de saber da proibição, Éder foi ao condomínio e mentiu aos seguranças do local para entrar na casa. De acordo com as investigações, ele afirmou aos porteiros que havia resolvido as pendências envolvendo o bem e que traria “um chaveiro para trocar as fechaduras”. Tudo foi registrado por câmeras de segurança.
Boca dura
Éder Conde foi detido pelas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, numa casa na Vila Nossa Senhora da Luz, no bairro Cidade Industrial, em Curitiba. O mandado de prisão foi expedido pela 9º Vara Criminal de Curitiba. Com ele, os policiais apreenderam R$ 34 mil em espécie e um automóvel de luxo modelo Audi A6 blindado.
O Cope abriu um inquérito para apurar a origem do dinheiro e também do carro. “Suspeitamos que o dinheiro seja proveniente do tráfico de drogas, por isso vamos investigar, para saber se Éder voltou a agir ou não”, explicou Rodrigo Brown. Éder nega que o dinheiro seja do tráfico.
Na delegacia, ao ser apresentado à imprensa, Éder olhou no olho dos repórteres, tentou intimidá-los e discutiu com, pelo menos, duas equipes. Ele não quis dar explicações sobre o dinheiro que foi encontrado com ele e ficou nervoso quando foi citado o assunto da morte de um rival no tráfico de drogas. “Atitude típica de um bandido perigoso, com uma longa ficha criminal. Talvez a imprensa ele consiga intimidar, mas a polícia não”, disse o delegado.
Histórico pesado
Éder Conde foi preso em maio de 2010 em Curitiba durante a operação Ressaca, da Polícia Federal (PF). Ele foi apontado como o “Fernandinho Beira-Mar do Paraná” devido à movimentação de drogas. Além dele, outras oito pessoas foram presas e 40 carros apreendidos.
Em abril de 2015, ele foi preso novamente, desta vez pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual, quando saía da Colônia Penal Agroindustrial. Os promotores encontraram duas pistolas, uma submetralhadora, duas balaclavas e um colete balístico.