Um dos principais concorrentes da Uber no Brasil, o aplicativo de transporte privado Cabify começa a operar nesta quarta-feira (22) em Curitiba. A empresa afirma que já existem centenas de motoristas aprovados para prestar o serviço na capital paranaense. As corridas são cobradas por quilômetro rodado e, inicialmente, estão restritas a áreas centrais, aeroportos e bairros com grande demanda.
As corridas podem ser solicitadas de toda a área central de Curitiba e dos principais bairros do entorno, como Batel, Água Verde, Jardim Botânico, Bacacheri, Ahú, Mercês, Portão, Novo Mundo e Boqueirão. Também é possível pedir o serviço do Aeroporto Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, na região metropolitana. O usuário consegue conferir se a sua região está dentro do perímetro ao solicitar uma corrida no aplicativo e site da Cabify ou na imagem abaixo:
Para solicitar o serviço, é necessário fazer um cadastro no site ou no aplicativo da plataforma. Depois, basta entrar com seu login e senha e fazer o pedido. É possível pedir um carro imediatamente ou agendar o veículo. O cliente ainda pode colocar preferências, como se deseja que o motorista abra a porta, deixe o aparelho de ar condicionado ligado ou coloque música. O pagamento é feito somente por cartão de crédito ou Paypal.
O diretor geral da Cabify no Brasil, Daniel Velazco-Bedoya, afirma que a decisão de começar com perímetro reduzido é uma maneira de testar a demanda e de equilibrar a oferta de veículos. “Entramos nas cidades primeiro nas áreas centrais para testar a demanda. Também aceitamos poucos motoristas no início da operação porque buscamos o equilíbrio entre oferta e demanda. Não queremos ter motorista parado.”
Quando a Uber entrou em operação em Curitiba, em março de 2016, a companhia americana optou por englobar todo o perímetro do município de Curitiba. Somente quem mora na região metropolitana da cidade ficou excluído oficialmente. Extraoficialmente, é possível fazer o pedido. Cabe ao motorista da plataforma aceitar ou não.
Apesar do perímetro limitado da Cabify, o destino final do usuário pode ser em qualquer região de Curitiba. Basta informá-lo no aplicativo. Por enquanto, não há informações ou prazos sobre quando a empresa vai expandir sua área de atuação na cidade.
Valores e promoção
Diferente da Uber, a Cabify não trabalha com tarifa dinâmica. O preço é fixo com base nos quilômetros rodados. O tempo parado no trânsito não interfere no cálculo. Com isso, assim que o usuário chama o serviço, é possível saber quanto será pago ao final da corrida. O aplicativo calcula o valor a partir do que ele chama de “rota ótima”, ou seja, a distância mais curta entre o ponto de partida e o ponto final.
Para a estreia em Curitiba, a empresa vai cobrar uma tarifa base que varia de R$ 2,80 a R$ 5,60, dependendo do horário e se o pedido é imediato ou uma reserva. O quilômetro rodado sai R$ 1,85 para viagens acima de dois quilômetros e R$ 2,20 para viagens abaixo dessa distância. Confira, abaixo, a tabela de preço completa:
E quem usar o serviço no primeiro dia do aplicativo em Curitiba contará com uma promoção. Corridas feitas na capital paranaense na quarta-feira (22), das 7h até as 20h59, terão o desconto máximo de R$ 20 por corrida. Basta inserir o código VEMCURITIBA* na aba “Promoções” do aplicativo.
Como ser um motorista?
Para quem quer atuar com a Cabify, o processo de seleção de motoristas é constante. Basta fazer o pré-cadastro no site da companhia. Segundo a empresa, são centenas de motoristas já aprovados em Curitiba e milhares aguardando aprovação em uma das etapas de avaliação.
Os motoristas da Cabify passam por análise documental, entrevista e exames médico, psicológico e toxicológico. Para atuar com a plataforma, é necessário ser aprovado em todas as fases do processo seletivo. Depois, há ainda um etapa não eliminatória de treinamento, com aulas sobre uso do aplicativo, direção segura e atendimento ao público.
Os carros que são usados para prestar o serviço devem ter ano de fabricação igual ou superior a 2012 e ar-condicionado. Carros com modelo sedan são os mais aceitos no processo seletivo. Todos os veículos passam por uma vistoria.
Motoristas de plataformas concorrentes também podem atuar com a Cabify, já que a empresa não oferece vínculo empregatício e não pode exigir exclusividade. “No começo, é natural que os motoristas usem dois aplicativos de transporte. Com o tempo, tentamos provar para eles que é mais vantajoso ficar só com a Cabify”, afirma a gerente da operação da Cabify em Curitiba, Thais Cunha.
Empresa defende regulamentação que estimule a competição
Desde que entrou no Brasil em junho de 2016, a Cabify é a favor da regulamentação dos aplicativos de transporte. Ao invés de bater cabeça junto aos gestores públicos, os executivos da empresa buscam dividir as mesas de negociação com o objetivo de encontrar o meio termo em que todos saiam satisfeitos.
Em Curitiba, o aplicativo ainda não é regulamentado. O prefeito Rafael Greca e o presidente da Câmara, vereador Serginho do Posto (PSDB), sinalizam que vão esperar uma solução nacional para o problema, antes de avançar com a regulamentação local.
O diretor geral da Cabify no Brasil, Daniel Velazco-Bedoya, porém, espera que a cidade avance na discussão. “Uma regulamentação que estimule a competição sadia, com regras claras para os competidores e um modelo de contribuição que traga benefícios para o poder público é o que chamamos de regulamentação inteligente”, diz o executivo.
Velazco-Bedoya afirma que, apesar de ainda não ser o ideal, o modelo de regulamentação de São Paulo é o mais inteligente do mundo. A capital paulista cobra uma taxa de outorga dos aplicativos de transporte que atuam na cidade, como Uber e Cabify. A taxa é por quilômetro rodado. Além disso, as empresas contribuem fornecendo informações sobre trânsito.