Ficar sem a máquina de lavar roupas, quando ela estraga, é um transtorno desesperador para qualquer família. Dependendo do defeito, o conserto nem sempre pode ser feito no dia. E, se tiver que comprar uma máquina nova, além da demora para o equipamento estar em casa, o precinho salgado, que pode variar de R$ 1,8 a R$ 4 mil, quebra qualquer orçamento não planejado.
Para ajudar o leitor a fugir do problema, a Tribuna conversou com uma assistência especializada. A melhor saída é fazer uma manutenção preventiva. O valor médio de um serviço técnico, em Curitiba, é de R$ 120. O valor é gasto uma vez por ano, no caso de uma máquina lava e seca, e a cada dois anos, quando a máquina é aquela tradicional.
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“Esse é o prazo ideal para uma revisão nesses equipamentos. No caso da lava e seca, que muita gente tem preferido ter em casa, o prazo até pode ficar um pouco mais longo se a pessoa não usa muito o sistema de secagem. Seca roupa uma vez por semana, por exemplo. Aí, dá para pensar em um ano e meio a dois anos para a revisão”, explica Julio Roderjan, dono da Refrilav, empresa que atua no ramo de refrigeradores e máquinas de lavar há 47 anos.
Na visita técnica, há itens essenciais a serem verificados. Segundo Roderjan, o que pega na máquina tradicional, aquela vertical que abre a tampa por cima, é que o defeito em uma peça pode ocasionar uma sequência de acontecimentos. Quando dá problema, o efeito cascata, segundo ele, segue mais ou menos essa ordem:
- Tirante
- Chicote
- Varão de suspensão
- Mangueira
- Motor
“Se precisar trocar o tirante, o valor gira em torno de R$ 145. O tirante com mau funcionamento estraga o chicote. Pra arrumar o chicote, já vai para R$ 180, isso que tem que aproveitar o mesmo que já é da máquina. E assim por drendeiante”, alerta Roderjan. A troca do varão de suspensão, por exemplo, custa em média R$ 290. Furou a mangueira e foi água para o motor, já vai para R$ 600 a R$ 700 – os valores seguem uma média de preço.
Uma máquina nova tradicional, em compra pela internet, custa em média R$ 1.800. Ou seja, no pior caso, quando queima o motor, o preço de um conserto já vai para quase 40% do valor do equipamento. Já a manutenção periódica é cerca de 6% do valor de uma máquina nova. E o gasto é realizado uma vez a cada dois anos.
Já uma revisão das máquinas dois em um, que lavam e secam, de abertura frontal, custam a partir de R$ 145. O serviço inclui a desmontagem do duto de secagem. “É ali que se acumulam as penugens da roupa, do amaciante, do sabão”, destaca Roderjan.
Portanto, a limpeza do duto é necessária, junto com a checagem da bomba de drenagem e do filtro. “O pessoal tem que limpar o filtro uma vez por semana. O cliente pode, ele mesmo, fazer isso. Ali podem ficar grampos, brinquedos de criança, moedas. Se isso passa para a bomba de drenagem, dá prejuízo”, diz Roderjan.
Uma bomba de drenagem de primeira linha custa em média R$ 320. No caso da limpeza do duto de secagem, ela é necessária porque nela ficam sensores de temperatura. “Se o sensor está sujo, ele trabalha mal e isso pode ocasionar super aquecimento, queimando a placa central da máquina”, explica o empresário. O valor de uma placa nova gira em torno de R$ 1.200. Às vezes, segundo ele, dá para consertar a antiga e sai mais barato.
Uma máquina lava e seca nova, com capacidade para 11 kg, por exemplo, pode chegar ao custo médio de R$ 4.000.
Não é falta de aviso
Mesmo com a recomendação e o custo muito menor para uma manutenção periódica nas máquinas de lavar, Roderjan conta que os serviços atendidos pela Refrilav, tanto em empresas quanto em residências, são em maioria absoluta relacionados a consertos. “Eu diria que são 90% para consertar e apenas 10% para uma manutenção periódica”, revela.
Por isso, vale a recomendação para uma boa revisão. Abaixo, a Tribuna mostra um vídeo com dicas sobre o serviço em uma máquina lava e seca.
Sabão líquido é mito na lava e seca?
A lava e seca possui inúmeros sensores para garantir o seu bom funcionamento. Para evitar danos, segundo Roderjan, as pessoas devem ficar atentas para o bom uso do equipamento. Além de respeitar o volume de roupas, o sabão faz a diferença.
“Não usar sabão sólido, somente o líquido, pois o sólido gruda pelo sistema e ajuda a entupir os dutos. Sempre colocar roupas do mesmo tipo para lavar. Não misturar, por exemplo, camiseta e calça jeans, pois a diferença de peso das roupas não vai deixar a máquina centrifugar e a pessoa acha que é defeito”, explica ele.
Para edredom e cobertor, a sugestão é levar na lavanderia. “Pode usar na máquina, mas são tecidos pesados, a máquina pode pular bastante, causar algum dano. É mais seguro gastar um pouquinho na lavanderia e não se incomodar”, finaliza Roderjan.