O comércio de Curitiba reabriu, pelo menos oficialmente de acordo com a Associação Comercial do Paraná (ACP), nesta sexta-feira (17), depois de quase um mês fechado por conta da pandemia do coronavírus. Mas o que se viu no Centro é que muitos lojistas ainda mantém as portas fechadas. Contrários à reabertura do comércio, 42 empresários divulgaram uma carta aberta com uma lista de motivos para continuarem de portas fechadas. E quem abriu relatou movimento baixo.
No centro e na Rua XV de Novembro, coração comercial da capital, o fluxo de pessoas era moderado no período da manhã. No interior das lojas, não havia aglomerações. A situação vai de acordo com as orientações da prefeitura publicadas nesta quinta-feira (16), no Diário Oficial, para evitar a proliferação do coronavírus.
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Uma das regras impostas pelo prefeito Rafael Greca (DEM) é que a circulação de pessoas dentro dos estabelecimentos deve ser limitada a uma pessoa a cada 9 m². O uso de máscaras e a disponibilização de álcool gel também é obrigatório. Quem não cumprir as medidas por ter até o alvará cassado.
Apesar da reabertura, os comerciantes não se animaram o suficiente para abrir as portas.“É complicado porque as pessoas têm outras prioridades neste momento. Ninguém vai sair comprando roupas por aí e eu entendo”, relata o empresário Rodrigo Amorim, 42 anos.
O aluguel é o grande vilão na hora da crise. Um salão no calçadão da Rua XV pode custar mais de R$ 10 mil, enquanto a locação de lojas de grande porte ultrapassa os R$ 30 mil. “Infelizmente, tive que mandar um funcionário embora e suspender o contrato de outro. Agora está trabalhando eu, minha esposa e meu filho. Consegui negociar um desconto no aluguel, mas mesmo assim é difícil. Tive arrecadação quase zero no último mês e ainda não tenho nenhum tipo de auxílio do governo”, lamenta Amorim.
Reabertura, mas com receios
Para driblar a crise, o comerciante viu na venda de produtos pela internet uma alternativa para sustentar o negócio. “Estou investindo na divulgação online para melhorar. Estamos reabrindo para ver como será a situação e fazer um teste. Mas se o movimento estiver muito baixo, talvez não compense ficar aberto”, projeta o lojista. Para garantir a higienização, o empresário amarrou fitas no pote de álcool gel, que fica logo na entrada da loja. “Se deixar, tem pessoas que roubam tudo”, explica.
A estratégia de reabrir o negócio, para saber se vale a pena manter a loja aberta, também é feita pela empresária Giuliana Poletto, 25 anos. Para ela, o comércio só voltará ao normal com o fim da pandemia, quando todas as lojas voltarem a funcionar normalmente.
“Por enquanto, pelo que estou vendo, não vai compensar ficar aberto. Por isso vamos ver como será nos próximos dias. Mas acho difícil tudo voltar ao normal durante a pandemia. Se tivermos movimento baixo, acho que vamos fechar novamente”, analisa Poletto.
Os próprios comerciantes admitem também o medo de sair de casa para buscar o sustento. “Os cuidados com a higiene estão redobrados, mas ninguém está imune. Por enquanto, estamos utilizando o dinheiro que tínhamos de reserva para seguir em frente. Mas não sabemos como será no futuro. Temos que ter fé, ter calma e esperar que as coisas melhorem”, confia a empresária.
Redes fechadas e filas nos bancos
Os estabelecimentos maiores, no entanto, mantiveram as portas fechadas. Em uma loja de uma rede de departamento, totens foram instalados para que clientes possam pagar o cartão de crédito especial. A ação foi feita para os consumidores que não não conseguiram efetuar o pagamento pela internet.
Já os bancos, o fluxo de pessoas é alto. Na agência da Caixa Econômica Federal, que fica na Rua XV, havia filas longas do lado de fora do banco na manhã desta sexta-feira. No chão, marcadores foram pintados para que as pessoas respeitem a distância de 1,5 metro. Porém, mesmo após a prefeitura decretar o uso obrigatório de máscaras, muitas pessoas ainda estão nas ruas sem a proteção.
Como prevenir a contaminação por coronavírus
- Lavar as mãos com frequência/ ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
- Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações;
- Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis, e depois lavar as mãos).
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