População 'presa!'

Comerciantes vivem inseguros e trabalham atrás das grades

Protegido por grades, ficou mais difícil para o comerciante Francisco João Levandoski passar os sorvetes de casquinha para os fregueses. Mas só assim ele se sente mais seguro para trabalhar na Vila São Pedro, no Xaxim, depois de ter sido assaltado. As histórias de roubos e o medo estão disseminados pela região.

No “Sorvete do Chicão”, até este ano as grades só eram usadas à noite. Depois que um marginal armado ameaçou Francisco, se esgueirou na janela e deitou no balcão para pegar o dinheiro, a rotina do comerciante mudou. “A gente que fica preso”, lamentou.
Há poucas semanas, seis estabelecimentos foram assaltados em um mesmo dia na vila. Em uma das situações, o comerciante chegou a reagir e disparar contra os bandidos.

Perigo nos pontos

Nem no ponto de ônibus os moradores têm sossego. Na Rua Barão do Santo Ângelo, quatro marginais armados fizeram arrastões nos passageiros que aguardavam os ônibus, na semana passada. Moacir Bartolomeu, dono de uma panificadora próxima ao ponto, contou que percebeu o movimento estranho e fechou as mais cedo. Depois de ser assaltado 15 vezes, em 12 anos que está no local, Moacir relatou que, para evitar a ação dos criminosos, a qualquer suspeita troca o lucro pela segurança.

“Os clientes entendem e até costumam vir mais cedo”. A mesma lógica segue a dona de lotérica Lenise de Oliveira Lima. Nas segundas-feiras, ela decidiu não abrir o estabelecimento, depois de sofrer dois roubos neste ano. Também passou a abrir mais tarde a loteria. “Não fico mais aqui sozinha, só quando os outros comércios estão abertos”, comentou. “Pior do que o prejuízo de um assalto é o susto e o trauma”, afirmou Lenise.

Patrulhamento da PM

Em nota, a Polícia Militar informou que o 13º Batalhão faz o policiamento preventivo e ostensivo no Xaxim. As ações são feitas pelas radiopatrulhas, pelas Rotams e o serviço reservado. O Batalhão de Operações Policias Especiais (Bope) também desempenha ações pontuais no bairro. A PM orientou que, em caso de roubo, as vítimas não devem reagir e precisam acionar a polícia pelo telefone 190 ou registrar o boletim de ocorrência em uma delegacia. Conforme a nota, esse registro é necessário, pois embasa a adequação e distribuição do policiamento. Sobre os arrastões nos pontos de ônibus, a PM esclareceu que os ônibus, tubos e terminais são de responsabilidade do município. Já os pontos recebem patrulhamento da corporação que, quando flagra os crimes, faz o encaminhamento dos suspeitos e também faz abordagem de suspeitos nas proximidades. 

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