Donos de comércio no Centro de Curitiba estão sem internet e sem telefone fixo há pelo menos três dias. A falha começou na madrugada de segunda-feira (14), por volta das 3h. Os comerciantes assinam os planos da prestadora Oi e, apesar de já terem aberto vários protocolos de reclamação, a promessa de estabelecimento rápido do serviço ainda não foi cumprida.
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Como resposta, as telefonistas da empresa apenas informam que o motivo do problema foi vandalismo nos cabos da prestadora na região da Rua Alfredo Bufren, próximo ao prédio da UFPR. Hotéis, lojas, salões de beleza e até uma galeria estão tendo prejuízos financeiros porque, princialmente, as máquinas de cartão de crédito não funcionam e não há como emitir nota fiscal.
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O gerente do Hotel Cervantes, José Modesto Granja Castano, 47 anos, já abriu quatro protocolos de atendimento na Oi e diz que as explicações são confusas. O primeiro protocolo foi feito na segunda-feira, às 7h30. “Disseram que até o fim da tarde o serviço retornaria. Mas não foi o que aconteceu”, reclama.
Segundo Castano, ao ligar novamente para a empresa, na noite de segunda, a informação era de que cabos teriam sido alvo de vandalismo e que logo tudo seria resolvido. “Já estamos na quinta-feira (17) e nada. Pior, eu liguei de novo na quarta-feira (16) e fui informado que eles tinham acabado de descobrir que eram cabos que tinham sido alvo de vandalismo. Mas isso eles já haviam dito antes. É muita informação desencontrada”, disse o gerente.
Prejuízo
A preocupação de Castano é com o prejuízo. “Não temos telefone fixo para receber reservas. Quem tem meu celular consegue falar, mas quem não tem e procura o hotel acaba desistindo de ficar aqui. Os pedidos de reservas que chegam por e-mail eu ainda consigo usar meu celular particular e ver. Desde que sou gerente do hotel eu nunca vivi uma coisa desse tipo”. O gerente também contou que outra operadora já chegou a ligar para ele, nesse intervalo de três dias, dizendo conhecer o problema da Oi e oferecendo outro plano.
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O uso das máquinas de cartão também tem sido uma dor de cabeça para os comerciantes, tanto no hotel como em outros estabelecimentos da Rua Alfredo Bufren. Nesses três dias sem internet, segundo os comerciantes, a queda nos negócios é de pelo menos 25% por dia. “De cada mil reais que entram por dia, 300 reais são pagos com cartão. A gente ainda tenta emprestar a máquina de um vizinho, mas nem sempre dá. E nem sempre o cliente se dispõe a pagar com dinheiro quando o cartão não passa”, explica Robson Zanelato, 37 anos, dono de um salão de beleza.
Zanelato diz que as lojas de outras operadoras estão com internet, por isso ainda dá para salvar algumas vendas. “Se a internet não voltar até o fim de semana, quando aumenta o movimento, não sei o que vou fazer para não ficar ainda mais no prejuízo”.
O proprietário de uma loja de artigos religiosos, André Léo Andretta, 28 anos, diz que tem se virado como pode nesses três dias. Até Wi-Fi emprestado serve como tática para não perder um negócio. “O cliente não gosta, para isso tenho que passar o cartão dele com a máquina na rua. O risco de assalto aumenta”, diz.
A loja de Andretta está com as duas linhas de telefone fixo mudas e os donos só conseguem usar uma das máquinas de cartão que funciona com o Wi-Fi. “Ainda tem o agravante do cliente que pede nota fiscal, mas não temos como tirá-la sem internet, conta o comerciante, dizendo que vai trocar de prestadora assim que a internet for restabelecida.
Sem solução
A reportagem entrou em contato com a Oi ainda na manhã desta quinta-feira, pedindo explicações sobre a extensão do problema e que soluções a operadora vai tomar com relação às reclamações dos comerciantes, mas até a publicação não obteve retorno da empresa.
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