Donos de animais domésticos que quiserem dar o destino correto a seus pets após a morte desses bichos podem ter de desembolsar até R$ 800 para fazer isso em Curitiba. O serviço gratuito de recolhimento dos animais, até então feito pela prefeitura através do 156, foi suspenso há quase um ano e segue sem previsão para ser retomado. A situação deste tipo de coleta, que já representou cerca de 23 toneladas de resíduos recolhidos por mês na capital, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, veio à tona nesta segunda-feira (24), na Câmara Municipal. Na ocasião, a vereadora Fabiane Rosa (PSDC) relatou ter recebido uma resposta do Executivo sobre o contrato com a empresa até então responsável pela coleta, a Cavo.

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Orçado em R$ 1 milhão por um período de 12 meses, o contrato, informou a prefeitura, expirou em abril passado e não foi mantido por falta de recursos. Há a possibilidade de oferecer o serviço novamente por meio de um novo edital de licitação. Essa concorrência, no entanto, ainda não tem previsão para ocorrer. O edital anterior abrangia também o recolhimento de animais encontrados mortos em vias públicas, serviço que a prefeitura continua prestando por conta própria.

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Enquanto o recolhimento estava disponível, o serviço correspondia a metade dos pedidos de remoção feitos pela população à prefeitura. Por enquanto, a orientação é que, em caso de morte de animais domésticos, empresas particulares sejam procuradas para a coleta. As opções aos donos de pets, porém, não são muitas. As três organizações que disponibilizam pacotes de remoção e enterro ou cremação que atendem a capital estão na região metropolitana, nas cidades de Colombo e Pinhais. Segundo levantamento da Gazeta do Povo, o preços dos serviços oferecidos varia entre R$ 290 e R$ 800, dependendo do porte do animal.

Contaminação

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Apesar de não oferecer alternativa gratuita, a Secretaria do Meio Ambiente não recomenda o enterro de animais mortos em quintais, sob risco de contaminação. “Ao entrar em decomposição, os animais liberam substâncias que podem contaminar o solo e o lençol freático da região”, esclarece Alexander Biondo, professor de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Além disso, em caso de morte por zoonoses – doenças que podem ser transmitidas por animais aos humanos, como a leptospirose, por exemplo, o risco direto à saúde dos donos é alto, segundo o professor. Nessas situações, salienta ele, é necessário que a carcaça passe por um procedimento chamado de “micro-ondas” antes de ser enterrada ou cremada. A medida elimina os micro-organismos causadores de doenças.

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Para Biondo, faltou orientação da prefeitura à população quando o serviço gratuito foi interrompido. “Com o serviço suspenso, a pessoas ficaram desamparadas nesse âmbito. Seria importante ter sido feita uma cartilha sobre como manusear e proceder sem o amparo do serviço da prefeitura, por exemplo”, salienta. Usar luvas e colocar o corpo do animal em sacos de lixo são alguns dos procedimentos imprescindíveis nesses casos, ensina.