Pandemia

Curitiba tem mais de mil mortos por coronavírus; indicadores pioram após troca da bandeira

Calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Curitiba inicia o mês de setembro com a trágica marca de 1.010 mortes provocadas pela covid-19 e suas complicações. O número foi atingido com o registro de mais 13 óbitos, que foram divulgados no boletim epidemiológico desta terça-feira (1º). A Secretaria Municipal da Saúde ainda informou que outros 396 moradores da cidade foram infectados com o novo coronavírus, elevando a soma de casos confirmados para 33.368 na capital, contabilizados desde o início da pandemia.

Na capital, a taxa de retransmissão do coronavírus, que esteve em 0.76 no dia 26 de agosto voltou a subir e é de 1,14 atualmente, o que significa que cada 100 infectados transmitem o vírus para 114 pessoas. Este e outros índices apresentam piora justamente duas semanas após a flexibilização das regras de funcionamento do comércio e serviços, com a troca da bandeira laranja pela amarela em Curitiba, no dia 17 de agosto.

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“A gente fica muito triste. Nós passamos a marca de mil óbitos hoje, com 1010 óbitos. 1010 óbitos desde o início da pandemia. Nosso primeiro óbito foi em 6 de abril, se não me falha a memória. Então, em torno de 150 dias que nós estamos na pandemia, 1010 óbitos. Nós nos consternarmos com todas as famílias e todas as pessoas que perderam a vida. Nós temos histórias muito tristes, de vários membros da família, pai e filho, mãe e filho, irmãos e irmãs que perderam a vida na mesma família. Famílias ainda com sequelas. Não é uma doença simples, a gente fica muito triste e lamenta todos”, disse a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

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A secretária ainda aproveitou a transmissão do boletim para reforçar o pedido para que todos os cidadãos de Curitiba usem máscaras, mantenham o distanciamento social e evitem aglomerações. “A gente clama à sociedade curitibana: por favor nos ajudem, por favor mantenham o distanciamento, por favor não banalizem e não deixe ele tomar as medidas de precaução”, ressaltou Márcia.

Dados da pandemia

Entre os habitantes de Curitiba que testaram positivo, 4.210 seguem na fase ativa da doença, sendo capazes de transmitir o novo vírus – número que também chegou a ficar abaixo de 4 mil, como mostra o boletim da última segunda-feira (31). Ainda segundo o informe, 28.148 pessoas – que representam a maior parte dos pacientes da covid-19 – já venceram a doença e são consideradas recuperadas.

Há ainda na cidade, outras 638 pessoas que apresentam sintomas suspeitos da doença, que aguardam os resultados dos exames laboratoriais, muitas delas, internadas em hospitais públicos e particulares.

Vítimas do coronavírus

Mais nove homens e quatro mulheres que moravam em Curitiba perderam suas vidas para a covid-19. As novas vítimas, segundo a SMS, tinham entre 21 e 82 anos de idade e estavam internadas em diferentes hospitais da cidade. Deste grupo, 12 pessoas faleceram nas últimas 48 horas e um dos óbitos, que estava em investigação, foi registrado no dia 27 de agosto.

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Ainda de acordo com informações da secretaria, dos novos falecimentos, quatro pessoas tinham menos de 60 anos e apenas um paciente não tinha doenças crônicas e fatores de risco para complicações pela covid-19.

Situação nos hospitais

Em Curitiba, 488 pacientes diagnosticados com novo coronavírus estão internados em hospitais públicos e particulares, entre eles, 171 ocupam em leitos em unidade de terapia intensiva (UTI).

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Já nos 355 leitos de UTI exclusivos para covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de ocupação é de 80%, nesta terça-feira. Segundo a prefeitura, há atualmente 71 leitos de UTI do SUS livres nos hospitais da capital, que podem receber pacientes com coronavírus ou com sintomas de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Bandeira amarela e aglomerações

Na capital paranaense, seguem valendo as regras e as restrições da bandeira amarela do protocolo de prevenção ao coronavírus, no entanto, o último fim de semana foi de calor e aglomeração em parques e em bares, do Centro Histórico, da Rua Itupava e de outras regiões da cidade. Comportamento que foi reprovado pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

“Vou torcer para fazer muito frio essa semana e no feriado, para todo mundo ficar em casa, porque quando sai sol todo mundo sai para rua e aí, o nosso número de casos começa aumentar. Tudo tem consequência. Quem viu aí o final de semana ensolarado em Curitiba? Eu fiquei assustada, bandeira amarela não é vida normal, não é tudo liberado. Parque Barigui tava um mar de gente sem máscara, famílias, pessoas de idade, mulheres grávidas, bebês, jovens, adolescentes e a gente já começa a sentir a repercussão”, disse Márcia.

Segundo a secretária, as aglomerações já resultam em mais pacientes no sistema de saúde da capital. “Hoje a gente amanheceu com nossas UPAs e unidades já sentindo aumento de quadros, de pessoas procurando o serviço de saúde” afirmou Márcia, que ainda revelou temer ter que dar um passo para trás no sistema de bandeiras. “Nossa preocupação é que a gente volte para a bandeira laranja”.

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