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Com dívida milionária, escola especial em Curitiba faz vaquinha para não fechar

Escola Especial Vivian Marçal corre o risco de fechar. Foto: Reprodução/Facebook

Com 47 anos de existência e unidades nos bairros Centro e Mercês, em Curitiba, a Escola Especial Vivian Marçal está correndo o risco de fechar por conta de dívidas acumuladas por gestões anteriores. A instituição atende cerca de 240 alunos com múltiplas deficiências e precisa urgentemente de ajuda para conseguir os recursos necessários para quitar os processos trabalhistas, que ultrapassam o valor de R$ 1 milhão.

Para conseguir o dinheiro, a escola abriu uma vaquinha online. O objetivo é arrecadar R$ 1,2 milhão. No entanto, o acumulado até agora é de pouco mais de R$ 25 mil.

As duas unidades da instituição atendem gratuitamente crianças, jovens e adultos com deficiência física neuromotora. Além da parte pedagógica – com fornecimento de educação especializada, os locais também realizam atendimento clínico com profissionais de fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e assistência social.

Preocupados com o possível fechamento das duas escolas, pais e familiares de alunos relatam a importância dos locais. Assista alguns depoimentos publicados no Instagram da Escola Especial:

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Uma publicação compartilhada por ADM – Escolas Vivian Marçal (@escolavivianmarcal)

Como surgiu a dívida da escola

Diretora da unidade Mercês, Fernanda de Carvalho Sudbrack explica que a Escola Especial Vivian Marçal é mantida pela Associação do Deficiente Motor (ADM), que possui diversos convênios, entre eles um com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) para o repasse de recursos. No entanto, processos trabalhistas dos anos de 2018 e 2022, de gestões antigas da ADM, bloquearam as contas da instituição.

“É uma situação que não pode acontecer nas nossas contas do convênio. Então a secretaria [Seed] tem nos cobrado a solução dessas dívidas trabalhistas. A gestão anterior, que teve uma má administração, saiu no início do ano passado e ficaram muitos processos trabalhistas. São processos em valores altíssimos e que a escola não tem como pagar”, diz Fernanda.

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“A gente precisa acertar essas ações trabalhistas para conseguir regularizar a situação das contas com a Seed e manter os convênios, porque senão a secretaria vai cessar esses convênios”, acrescenta a diretora.

O objetivo da instituição era arrecadar todo o dinheiro até esta sexta-feira (05), por conta de uma reunião com a Seed que vai acontecer nesse dia. Como ainda falta uma boa quantia, a diretora tem a esperança de que a secretaria amplie o prazo para o pagamento total da dívida.

Escola recebeu doações e fará festa julina

Neste sábado (06), as escolas vão realizar uma festa julina. Fernanda comenta que conseguiram doações para fazer a festa e alegrar a comunidade. A diretora também tenta passar esperança para os pais, que estão receosos com o possível fechamento.

“A escola não vai fechar. Não consigo falar que vai fechar. Mas eles [pais e familiares] estão cientes que existe esse risco. Então é uma angústia muito grande”, afirma.

O evento – com comidas típicas, brincadeiras e quadrilha, começa a partir das 12 horas na Rua Mamoré, 1066, no bairro Mercês.

Problema foi apresentado na Câmara Municipal de Curitiba

No dia 26 de junho, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) prestou uma homenagem e deu Cidadania Honorária de Curitiba a um dos fundadores da ADM, César Marçal. Aproveitando o espaço, a atual presidente da ADM, Ivonete Wandembruck, revelou os problemas das escolas Vivian Marçal.

Ivonete agradeceu os parlamentares pelos repasses de R$ 220 mil em 2024 e R$ 240 mil em 2023, além dos recursos vindos do Governo Federal. No entanto, a presidente explicou que não pode utilizar esse dinheiro para pagar a dívida da ADM.

“Eu preciso de ajuda. Precisamos que a população de Curitiba nos ajude. Peço desculpas por trazer essa notícia. Coloquei muitos recursos meus na escola, mas agora não tenho mais”, pediu na ocasião.

Como surgiu a Associação do Deficiente Motor

A Associação do Deficiente Motor (ADM) foi fundada em 1974, dois anos após o nascimento da filha de César Marçal, Luciane Marçal. Luciane nasceu com deficiência motora e, ao começar a procurar os tratamentos para a filha, Marçal e a esposa decidiram fazer uma parceria com outros pais e fundar a ADM.

Durante a sessão na CMC, Marçal contou que sua esposa Vivian morreu quando Luciane tinha 9 anos, fazendo dele um “pai sozinho” que sempre teve “a sorte de ter boas pessoas comigo”.

Ele continuou atuando na causa e, em 1977 surgiu a Escola Especial Vivian Marçal, com o objetivo de proporcionar um ambiente inclusivo e acolhedor, onde cada estudante possa desenvolver o potencial máximo.

Como ajudar a Escola Especial Vivian Marçal

Quem quiser ajudar a escola pode doar qualquer quantia pela vaquinha online. A meta é alcançar R$ 1.200.000,00 para conseguir manter as portas das duas escolas abertas.

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