Saúde

Com aumento de casos e seis mortes por leptospirose, Curitiba acende alerta

Imagem mostra rato em muro
Aumento de casos e mortes por leptospirose preocupa em Curitiba. Foto: Depositphotos

Nos dois primeiros meses de 2025, o Centro Municipal de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba registrou 30 casos de leptospirose na cidade e seis mortes em decorrência da infecção. Ou seja, 20% dos casos evoluíram para óbito.

No mesmo período de 2024, foram confirmados 34 casos, sendo que 10% (quatro casos) evoluíram para morte. Os números mostram que neste ano a doença está mais grave, o que reforça a importância das pessoas buscarem diagnóstico o quanto antes.

“As pessoas que entraram em contato com águas de enchentes, inundações e alagamentos precisam estar atentas aos sintomas da leptospirose e procurar atendimento aos primeiros sinais de adoecimento”, alerta o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

Segundo o médico, os primeiros sintomas podem ser confundidos com uma gripe, por isso o diagnóstico diferencial precisa ser feito por um profissional de saúde, para que o tratamento seja iniciado o mais breve possível, evitando o agravamento do quadro de saúde.

Em 2024, oito pessoas morreram por leptospirose em Curitiba

Em 2024, foram registrados em Curitiba 102 casos de leptospirose, com oito mortes em decorrência da doença, representando letalidade de 8%. Em 2023, Curitiba confirmou 122 casos e cinco mortes, letalidade de 4%. Já em 2025, nos dois primeiros meses do ano, já foram registrados 30 casos e seis mortes por leptospirose. Apesar de serem dados preliminares, a letalidade pela doença chama a atenção, chegando a 20%.

Sintomas de leptospirose

É comum a pessoa infectada ter febre, dor de cabeça e dores musculares, principalmente na panturrilha. No avanço da leptospirose, pode aparecer a icterícia (pele amarelada), urina escura e sangramentos. A orientação é buscar atendimento de saúde já nos primeiros sintomas. Quanto antes o diagnóstico correto é feito, maiores são as chances de recuperação.

“Além de relatar os sintomas ao médico, é essencial que a pessoa diga que teve contato com águas de enchentes, um diferencial para descartar outras doenças e investigar a contaminação pela leptospirose”, orienta Oliveira.

Se houver sintomas leves, o primeiro atendimento pode ser feito pela Central Saúde Já, pelo telefone 3350-9000. O profissional de saúde fará a classificação de risco e, se necessário, poderá ser realizada uma videoconsulta pelo aplicativo Saúde Já Curitiba.

Como é a transmissão da doença

A leptospirose é uma doença causada pela bactéria leptospira, transmitida pela urina de animais infectados, principalmente ratos. A ocorrência é mais comum em períodos de enchentes ou inundações.

Após o contato com água ou lama contaminados, o período de incubação da doença pode ser de um a 30 dias, sendo mais comum ocorrerem os primeiros sintomas de sete a 14 dias depois da exposição à situação de risco. A infecção acontece quando a bactéria entra no organismo de uma pessoa que tem lesões ou machucados na pele, pelo contato com mucosas, como olhos, nariz e boca, ou ainda pela pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada.

Tratamento da leptospirose

O tratamento da leptospirose envolve o uso de antibióticos que atuam diretamente na eliminação da bactéria leptospira do organismo. A prescrição é feita por médicos, o que reforça a necessidade de busca por atendimento aos primeiros sintomas.

Com o tratamento adequado e precoce, prescrito por profissional habilitado, o processo de recuperação é acelerado, evitando o agravamento. Nos casos mais graves, pode ser necessário hospitalização para cuidados intensivos.

Prevenção

  • Ao circular por áreas que foram atingidas pelas chuvas e na limpeza das residências use luvas e calçados bem fechados e impermeáveis, preferencialmente botas longas e de borracha. Também vale improvisar, cobrindo pés e pernas com sacos plásticos; 
  • Inutilize todos os alimentos que tiveram contato com a água das chuvas;
  • Não leve a mão molhada à boca ou aos olhos, evitando que a bactéria penetre por lesões existentes na pele ou nas mucosas;
  • Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas;
  • Mantenha as caixas d’água sempre tampadas;
  • Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados e à prova de roedores (em latas de vidro, alumínio);
  • Retire as sobras de comida ou ração de animais domésticos antes do anoitecer e mantenha as vasilhas limpas;
  • Não consuma frutas, verduras e legumes com qualquer alteração de cor, cheiro ou aspecto fora do normal;
  • Não use água que teve contato com água de enchentes para atividades domésticas;
  • Após as águas baixarem, é preciso retirar a lama e desinfetar o local, lavando pisos, paredes e bancadas. É necessário desinfetar com água sanitária. Para isso, dilua duas xícaras de chá (o equivalente a 400ml) do produto em um balde de 20 litros de água, deixar agir por 15 minutos e depois faça a limpeza; 
  • Procure atendimento médico caso apareçam sintomas nos próximos 30 dias. Informe ao médico caso tenha tido contato com água e lama de enchentes. 
  • Caso tenha sintomas leves, ligue para a Central Saúde Já Curitiba – 3350-9000 para uma consulta por telefone ou vídeo.
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