Mobilidade

Ciclovias de Curitiba são seguras? Percorremos 24 km pela cidade

Ciclovia em Curitiba sem manutenção: acúmulo de lixo e sinalização confusa.
Ciclovia em Curitiba sem manutenção: acúmulo de lixo e sinalização confusa. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Nos últimos anos, quem cruza por Curitiba tem notado que aos poucos a prefeitura tem investido em mobilidade urbana. Parte das principais vias do Centro ganharam mais espaço para a bicicleta. Surgiram novas ciclorrotas, ciclofaixas e vias compartilhadas. Seja para um passeio, ou mesmo para atravessar a cidade, elas são seguras e funcionam?

Eu subi na bike e percorri aproximadamente 24 km por Curitiba, num trajeto feito em boa parte pela ciclovia num domingo. Saí do bairro Vila Izabel, ao Sul da capital, e fui até o Bacacheri, mais ao Norte da cidade. Sem pressa, o deslocamento durou quase uma hora para ir e uma hora e meia para retornar. No caminho, trechos novos mas também asfalto em mau estado, sinalização precária e confusa, lixo e insegurança.

O meu passeio começou passando por algumas ruas da Vila Izabel antes de chegar na ciclovia. Andei pela Avenida República Argentina, pela ciclofaixa, até chegar na ciclovia mais próxima do meu ponto inicial, na Avenida Pres. Getúlio Vargas, já no Água Verde.

O caminho foi tranquilo e seguro. Passei pela Praça Afonso Botelho, ao lado da Ligga Arena, até a região do bairro Jardim Botânico. A ciclovia está em bom estado e bem conservada.

No Jardim Botânico, lixo e insegurança

Ao chegar próximo do Viaduto Colorado, onde a avenida Pres. Getúlio Vargas muda para Dr. Dário Lopes dos Santos, notei que aos poucos a presença de várias pessoas em situação de rua na região. Ao chegar mais próximo do Viaduto Capanema, me senti insegura de andar pela região. Em alguns locais, era possível encontrar pequenos grupos de pessoas usando drogas. Mesmo assim, segui na ciclovia e dobrei na Rua Schiller, já pelo Cristo Rei.

Na Rua Schiller, a ciclovia fica mais estreita. Se você não tiver noção do trajeto, acaba se perdendo pela região, já que a sinalização da ciclovia fica escassa por ali. O cenário da ciclovia fica mais precário com o acúmulo de lixo pela região.

Chegando próximo do Largo Isaac Lazzarotto, há placas da Prefeitura de Curitiba que chegam a indicar que a ciclovia encerrou por ali. No entanto, metros a frente, um novo trecho de ciclovia surge.

Já pedalei metade do caminho. Sigo pela ciclovia, pela Rua Padre Germano Mayer. A partir desse trecho, noto uma presença maior de crianças e jovens passeando de bike pela ciclovia. Passo em frente ao Alto da XV Mall e continuo pela Rua Flávio Dallegrave.

Ciclovia mais antiga de Curitiba está sem manutenção

Trechos da ciclovia na região da Rua Flavio Dallegrave apresentam deformidades no asfalto, que podem trazer perigo ao ciclista. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

A ciclovia da Rua Flávio Dallegrave, que passa pelos bairros Alto da XV, Jardim Social, Hugo Lange e Cabral, é uma das mais antigas de Curitiba. Construída na década de 1970, é parte do trajeto que liga o parque Jardim Botânico ao Parque Bacacheri.

Justamente por ser uma das ciclovias mais antigas de Curitiba, percebi que em vários trechos dela falta manutenção. Com o tempo, as árvores ao redor da ciclovia cresceram e suas raízes foram danificando o asfalto da ciclovia. Por isso, há vários trechos que precisam de atenção do ciclista. Se você andar mais rápido, corre o risco de sofrer algum acidente e até se desequilibrar da bicicleta.

Percorri a Flávio Dallegrave até a altura da Avenida Erasto Gaertner. A recém inaugurada ciclovia na região tem sido uma boa opção para andar pelo bairro Bacacheri. A única ressalva são os bancos, que ficam voltados para a ciclovia. Por esse motivo, é preciso estar atento e andar devagar para não atingir nenhum pedestre.

Após uma hora, percorri todo o trajeto e cheguei ao destino.

Ciclovia recém inaugurada na Rua Erasto Gaertner, no bairro Bacacheri. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

E aí, Prefeitura?

A reportagem da Tribuna do Paraná procurou a Prefeitura de Curitiba para saber sobre a manutenção da ciclovia. Ao percorrer os 12 km pela ciclovia, do Água Verde ao Bacacheri, a reportagem encontrou trechos com asfalto rachado, lixo acumulado, mato alto e sinalização confusa. Além da insegurança na região do bairro Jardim Botânico.

Em nota a prefeitura informou que atua ampliando a malha cicloviária da cidade desde 2017 e que tem projetos previstos voltados para revitalizar alguns trechos. Confira a nota completa a seguir:

Desde 2017, a capital paranaense ampliou sua malha cicloviária em 92,5 km, totalizando atualmente 301 km, entre ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e vias compartilhadas.

De acordo com o Plano de Estrutura Cicloviária de Curitiba, estão previstos novos projetos voltados à ciclomobilidade, que beneficiarão o Centro e os bairros Cajuru, Uberaba, Jardim das Américas, Lindóia, Guaíra, Fanny, Hauer, Jardim Social, Alto da XV, Santa Quitéria, Campo Comprido e CIC.

Além de expandir a malha cicloviária, a Prefeitura também realiza a revitalização de trechos existentes, como a recente requalificação das estruturas cicloviárias das ruas Conselheiro Laurindo e Aluízio Finzetto, no bairro Rebouças.

A Rua Zeila Moura dos Santos, citada pela reportagem, é outro exemplo, onde o pavimento foi recuperado no trecho entre as ruas do Herval e Francisco Alves Guimarães, e a Superintendência de Trânsito implantou sinalização de ciclorrota bidirecional.

No Alto da XV, também mencionado, está em andamento o projeto de revitalização da malha cicloviária, que abrange 1,1 km da ciclovia da Rua Flávio Dallegrave.

A manutenção desses locais, incluindo a roçada, é realizada periodicamente. Sempre que necessário, o cidadão pode acionar os serviços da Prefeitura pelo canal 156.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna