O inquérito que foi instaurado na segunda-feira (6) para apurar as causas do desabamento do prédio comercial que ocorreu no sábado (4) em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, já está com as versões do proprietário do imóvel e de um engenheiro responsável pela escavação no terreno do imóvel. Segundo a Polícia Civil, as versões apontam que o ciclone bomba que atingiu Curitiba e região na última terça-feira (30) pode ter comprometido a área da obra, que já estaria em fase final de escavação. Ainda serão ouvidos o técnico que fazia o serviço de escavação e outro engenheiro responsável pela estrutura do estacionamento que seria erguido para um supermercado que alugava o espaço. A informação deverá ser repassada para a perícia investigar.
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De acordo com o delegado de Colombo, Irineu Portes, os documentos apresentados pelo proprietário e o engenheiro de escavação indicam que havia um projeto. Porém, o contrato entre os dois foi verbal. “Eles apresentaram os papéis e parece estar de acordo com as exigências para obra. Depois de ouvir o técnico e o outro engenheiro, passaremos para outra fase das oitivas, com testemunhas e vítimas”, afirmou Portes.
Sobre a influência do ciclone bomba no desabamento, o delegado diz que as versões das duas pessoas ouvidas sugerem que a chuva pode ter encharcado o local e que até um muro de um terreno vizinho chegou a cair. “Mas ainda não dá para afirmar que foi isso. Tudo precisa ser investigado”, ressalta Portes.
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O prazo para a conclusão da investigação é de 30 a 60 dias. O inquérito deve apontar se há caracterização de crime no desabamento. Caso ele seja comprovado, haverá a indicação da perícia se foi um crime culposo ou doloso. O desabamento em Colombo se enquadra o Artigo 256 do Código Penal (Lei nº 2.848/1940): “Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem”. A pena pode ser de prisão de um a quatro anos, e multa.
O desabamento
Parte de um prédio comercial desabou na madrugada de sábado (4) e deixou cinco pessoas feridas, entre elas duas meninas de 6 e 10 anos. Segundo informações da Polícia Militar (PM), o prédio caiu por volta das 3h30, na Avenida Santos Dumont, no bairro São Gabriel.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por vizinhos e precisou retirar as vítimas que estavam debaixo dos escombros. O trabalho de resgate durou cerca de uma hora e meia. O prédio contava com dois apartamentos, uma academia e um supermercado em reformas. As obras do estacionamento do mercado são suspeitas de terem causado o desabamento. As vítimas do apartamento que desabou são da mesma família.
As duas meninas foram internadas no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba, e já tiveram alta. A avó, de 50 anos, foi para o mesmo hospital e segue internada. A mãe, de 25 anos, e um homem, de 29 anos, tiveram ferimentos moderados e já foram liberados do Hospital do Trabalhador, local para onde foram levados após serem socorridos.
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