A chuva o tempo feio desta quarta-feira (12), podem ter espantado curitibanos pertencentes ao grupo da vez para a vacinação contra o coronavírus (covid-19), – grávidas e pessoas com comorbidades de 57 a 59 anos de idade. Segundo relatos de alguns vacinados, havia pouca fila nos locais de vacinação, em determinados horários, e alguns funcionários dos postos estavam até ociosos esperando mais gente chegar para se vacinar. Aí surge uma preocupação, será que as doses da Pfizer, que exigem uma temperatura extremamente baixas para o armazenamento podem ter sido prejudicas por conta da baixa procura? Segundo o balanço da Secretaria de Saúde da capital, foram aplicadas 4.574 doses na quarta-feira.
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De acordo com os cálculos feitos pelo balanço, na quarta-feira foram aplicadas 281 doses em gestantes, 40 em pessoas com deficiência e 3.478 doses em pessoas com comorbidades. A soma das doses aplicadas nesses grupos dá 3.799 vacinados. A diferença para chegar às 4.574 doses no total do dia são outras 775 doses distribuídas entre pessoas institucionalizadas e idosos de 60 anos ou mais que estão na repescagem para a primeira dose.
A quantidade registrada no dia foi bem diferente da contabilizada, por exemplo, no grupo de 69 a 65 anos, entre os dias 16 e 17 de abril deste ano, quando Curitiba chegou a bater recorde de aplicação de doses nos dois dias, somando 32.123 doses, sendo 16.846 só no dia 18, um sábado. A baixa procura desta quarta-feira chegou a levantar a questão se isso poderia causar perda de doses da vacina Pfizer, que, após descongelada, tem prazo de cinco dias para ser aplicada.
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Mas, de acordo com a secretária de Saúde, Márcia Huçulak, não há risco de perda porque as equipes de saúde de Curitiba acompanham o movimento de pessoas para liberar essas doses da Pfizer. “Não pode ficar abrindo dose porque a validade dela é muito pequena”, explicou a secretária ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC.
No Paraná, as doses da vacina da Pfizer ficam armazenadas no Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba. Segundo o governo do estado, o Cemepar está equipado com freezers de ultrabaixa temperatura (-80ºC), que podem armazenar as doses por até seis meses. Há ainda dois freezers de temperatura de -20ºC, que podem armazenar as doses por até duas semanas. O governo explica que os imunizantes necessitam de armazenamento específico em freezers de alta performance por médios e longos prazos, o que restringe a logística de distribuição às cidades com infraestrutura para recebê-los.
A orientação da descentralização, no entanto, leva em consideração o informe técnico do Ministério da Saúde que afirma que as vacinas podem ser armazenadas à temperatura de 2ºC a 8ºC por no máximo cinco dias. Ou seja, permite aplicação rápida de um pequeno quantitativo de doses. O transporte também deve ocorrer em no máximo doze horas a 2º C a 8º C.
Vacinação na quarta-feira
O número destoa das cerca de 4.500 doses aplicadas na quarta-feira, considerado um dia “tranquilo e sem fila” para quem foi até os postos de vacinação espalhados pela capital. “Aqui, foi rápido, foi bem tranquilo. Menos de 15 minutos”, disse a Dilene Prestes, 58 anos, que ficou muito emocionada ao se vacinar na Praça Ouvidor Pardinho, no Centro. “Fiquei muito feliz. Estava esperando há muito tempo, nossa netinha estava cobrando todos dos dias. Agora, ela também vai ficar muito feliz”, completou a vacinada.
O marido dela, Antenor Prestes Neto, 62 anos, que também já se vacinou, disse que o casal passou primeiro no Pavilhão da Cura do Parque Barigui. “Lá, tinha um pouco de fila, por isso resolvemos tentar na praça. Encontramos outras pessoas aqui, que também desistiram da fila no Barigui. Mas deu tudo certo. Foi tranquilo”, contou. O casal trabalha junto no ramo audiovisual. “Nos deixa mais aliviados para trabalhar”, completou.
Na Unidade de Saúde Pinheiros, em Santa Felicidade, a fila quase não existia por volta das 16h da quarta-feira. Um dos que estavam lá era o Luiz Orlando, 59 anos, que preferiu não revelar a profissão. Ele contou que não demorou nada para ele tomar a vacina. A idade dele já o permitia ter tomado a dose na terça-feira (11), quando a vacinação foi aberta para o grupo com comorbidades. “Não tomei ontem porque demorei para pegar o comprovante de comorbidade. Consegui hoje, fiz uma reconsulta na minha médica, por isso estou aqui. Estava ansioso, foi bom, não enfrentei fila. A chuva e o frio parecem ter espantado o pessoal”, brincou.O
O que aconteceu?
A prefeitura de Curitiba diz não ter motivo específico para menos pessoas terem comparecido aos postos de saúde na quarta-feira. O frio e a chuva não são descartados como um possível fator motivador. Em Curitiba a estimativa da Secretaria Municipal da Saúde é de que façam parte do grupo de comorbidades e gestantes cerca de 300 mil pessoas.
De acordo com a prefeitura, além do grande número de pessoas a serem vacinadas, essa é uma fase cheia de detalhes e critérios. Nesta etapa, a Secretaria Municipal de Saúde atenderá quem comprovadamente tenha algum dos 22 tipos de doenças preexistentes listadas no Plano de Imunização Contra a Covid-19, do Ministério da Saúde.
O cronograma deste grupo será por idade – ou seja, do mais velho para o mais novo, conforme anunciado pela Prefeitura de Curitiba, que depende da quantidade de doses de vacinas recebidas. Nesta quinta-feira (13), as pessoas desse grupo com 55 anos estão sendo vacinadas.
Para poder se vacinar, pessoas com comorbidades acompanhadas pela rede privada em Curitiba devem apresentar a declaração médica disponível no portal do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR).
Já pacientes do SUS Curitibano, que fazem acompanhamento pelas Unidades de Saúde, não precisarão apresentar nenhum documento. Em caso de dúvidas, é possível ligar para Central de Teleatendimento, no telefone (41) 3350-9000.
Os novos grupos prioritários selecionados pela Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba seguem à risca a orientação do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. A vacina estará disponível em 18 pontos, que funcionarão das 8h às 17h.
De acordo com a prefeitura, até a terça-feira (11), Curitiba recebeu do Ministério da Saúde, repassadas pelo Governo do Paraná, 621.165 doses de vacinas, sendo 396.235 para primeira dose e 224.930 para segunda dose. Nesse montante já estão contabilizados os 5% de reserva técnica.