Churrasco, família e tempero!

Churrasco! Empresa de Colombo que começou com R$ 1,4 mil vende mais de um milhão de produtos pelo mundo

Foto: Divulgação/Instagram Gonzalo.

De Colombo para o Mundo. A frase pode ser batida, mas foi o que aconteceu com uma empresa que começou em 2014, com apenas R$ 1.460. Oito anos depois, virou uma potência com mais de um milhão de produtos comercializados. A Gonzalo, especialista em molhos e temperos para churrasco, tem o carimbo de uma família amante da carne e das novidades no mundo gastronômico.

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A Gonzalo é uma empresa considerada nova no mercado, fundada há oito anos, por Emerson Diogo dos Santos, 49 anos, sobrinho de José Hamilton, conhecido na família como tio Nêne. Caso você ainda não tenha feito a relação nome/marca, vou ajudar. A imagem da empresa é um homem de bigode e meio calvo, e os produtos são vendidos em embalagens de plástico e que potencializam a nobre arte de “churrasquear”.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

A criação da Gonzalo, nome fantasia que remete o personagem a um nome espanhol que está ligado diretamente à Argentina e ao Uruguai, referências no corte e qualidade da carne na América do Sul, surgiu em um ambiente familiar, no qual a costela é tratada como o “Camisa 10”.

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“Além de toda aquela comida típica natalina, nós tínhamos sempre uma enorme costela que passava a tarde toda assando na churrasqueira e, quando chegava a hora da ceia, estava incrivelmente saborosa. E o tio trazia sempre coisas diferentes, com cortes e temperos diferentes, usando o chimichurri. Estou falando da década de 1980”, relatou Emerson ao lembrar do tio Nêne, que faleceu em 2012, e tem o uso da imagem nos produtos como uma forma de homenagem.

Com o chimichurri na família, e utilizando basicamente como ingrediente, ervas frescas ou desidratadas, vinagre e óleo, Emerson procurou se especializar na produção. Fazia em poucas quantidades a mistura, e levava para a casa de amigos e na empresa em que trabalhava.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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“Recebia muitos elogios, mas a mudança veio após fazer um hambúrguer na casa de amigos. Um deles falou que era para eu trabalhar e viver daquilo, pois não se tinha aquela qualidade no Brasil. Fiquei com aquilo na cabeça”, lembrou Emerson, técnico em Química Industrial, que conta com o sócio Marcel Machado Jabôr, 38 anos, na empresa Gonzalo.

Empurrão da mulher e R$ 1.460 no bolso

Após a observação do amigo e cansado de trabalhar em uma empresa, Emerson comentou com a esposa Sheila que estava chateado, mas estava indeciso em qual caminho tomar, pois seria pai no fim de 2014.

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“Acredito que o fato determinante para a mudança foi palavra da Sheila. Ela deu força e naquele dia pedi as contas na firma. Aluguei uma cozinha industrial e comecei a vender o chimichurri para os colegas e ainda fazendo alguns experimentos. Tinha na época R$ 1.460 no bolso. Eu e Sheila fomos para a Argentina e Uruguai e experimentamos de tudo. Buscamos a história, os ingredientes, e a receita foi sendo adaptada. O nosso primeiro era mais apimentado, e hoje estamos utilizando a mesma receita há sete anos”, orgulha-se o técnico em Química.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Após o ótimo início da venda do chimichurri, o pensamento da Gonzalo foi de aumentar o empreendimento. A aposta veio no sal, item essencial para o churrasco. No entanto, era preciso ser mais uma vez diferente no ramo, e nada de sal em saco plástico. A aposta da vez era colocar o produto em um pote plástico aumentaria a quantidade de vezes utilizado para se fazer uma costela.

“Fomos a primeira empresa colocar o sal entrefino em um pote de 500 gramas inspirado no churrasco argentino. O nosso sal para se fazer costela ou cupim, tem o melhor custo benefício. É mais homogêneo, melhora o rendimento. Se faz 30 churrascos e, com o saco, no máximo 4. Tudo aqui é analisado em meses de estudo. A ampliação da nossa linha veio da necessidade de vender mais, pois precisava girar os produtos na prateleira”, disse à Tribuna.

“Não somos uma empresa de alimentos, somos uma empresa de molhos e temperos para churrasco. O nosso foco é o churrasco”, cravou Emerson, que tem a linha de produtos sendo comercializada em quase todo o Brasil e países como Paraguai, Hungria, Inglaterra, Portugal, Espanha e Bélgica e Paraguai. São cerca de 1300 clientes ativos, entre grandes redes, pequenos comerciantes e intermediários.

Fumaça líquida é sucesso

Atualmente, são mais de 60 produtos licenciados com a marca Gonzalo, entre os quais os destaques são o pão de alho, a Salsa Criolla, Alho Crocante, Fumaça Líquida, Molho de Hortelã, Mix de Pimenta, Sal Parrilla Original, Sal Parrilla com Chimichurri, Sal Parrilla Uruguaio, Sal Parrilla para Cordeiro, Sal Marinho, Sal Verde e até cerveja artesanal. Vale reforçar que grande maioria dos itens são feitos por parceiros que utilizam a Gonzalo como uma marca em pura expansão. No bairro Mauá, em Colombo, são 31 funcionários que trabalham na fabricação dos produtos.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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“A palavra parceria é muito importante por aqui. No caso da fumaça líquida, ela é muito utilizada nos Estados Unidos, e tive contato com o extrato da fumaça. Ao longo disso, fomos buscando fornecedores, pois isso não chegava ao consumidor final. É um produto incrível, pois condensa a fumaça, transforma em líquido e fica maturando por três meses para tirar sedimentos como alcatrão e enxofre, que são prejudiciais à saúde. Se transforma a fumaça condensada em alimento. Já a fumaça em pó, utiliza-se a fécula de mandioca, que não tem cheiro e sabor, e passa por um processo de defumação. É um produto de qualidade e não tem melhor no mercado”, valoriza-se Emerson.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

E as novidades da Gonzalo?

Quanto às novidades para o verão, já em produção está o Black Steak, tempero que na composição carvão ativado com café arábico. “O DNA da Gonzalo é criar coisas diferentes, novos temperos. A pessoa vai ter uma experiência diferente em casa. Logo teremos o tempero exclusivo caribenho”, completou o fundador da Gonzalo.

Questionado sobre a importância da Gonzalo na vida das pessoas, Emerson não esqueceu do tio Nêne, um homem que deixou um legado que atravessou a fronteira Colombo para o Mundo. “O mais legal que meu tio foi uma pessoa muito presente, e ver o seu produto em grandes mercados é prazeroso. É uma satisfação ter essa  homenagem ao tio. Muitos pensavam que a nossa marca era importada. Em 2021 vendemos mais de um milhão e duzentos itens”, finalizou o sobrinho.

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