A condenação do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que era tão esperada pelas famílias dos jovens Rafael Yared e Carlos Murilo, foi definida em nove anos e quatro meses. Nesta quinta-feira (1), a deputada federal Christiane Yared (PR), mãe de Rafael, reuniu a imprensa para se posicionar oficialmente. Para ela, a condenação não trouxe alívio, como muitos acreditavam, por um único motivo: muitas mães ainda choram a perda do seu filho e esperam por Justiça.
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Independente da sentença, Christiane já havia afirmado que, para ela, a quantidade de tempo determinada para Carli Filho na prisão não faria diferença. “Isso porque a sentença que foi aplicada a ele tem prazo de validade. Mas a minha e a da Vera (mãe do outro rapaz morto no acidente), não. Nós vamos sempre conviver com a perda e com essa sentença de não termos mais nossos filhos com a gente”.
Na entrevista, Christiane também falou sobre os dois projetos que têm tramitado em Brasília: um sobre o aumento do tempo do flagrante e o outro que trata sobre a fiança. “O crime de trânsito não deve ser passível de fiança. O assassino deve ficar preso e responder por seus atos porque, sim, é uma ameaça a sociedade”, desabafou.
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Perdão?
Durante o julgamento, Carli Filho fez um pedido de desculpas ao fim de seu depoimento e Christiane afirmou ter perdoado, mas esperava mais sinceridade. “Ele está perdoado. Mas eu esperava, naquele momento em que ele se virou para pedir desculpas, que ele viria me abraçar. Ele não veio”.
Ao final do julgamento, do lado de fora do Tribunal do Júri, Christiane saiu confiante de que a Justiça tinha sido feita. O advogado que representa a família e também era assistente de acusação, Elias Mattar Assad, afirmou que não pretende pedir aumento da pena. Já a defesa de Carli disse que deve entrar com pedido de revisão, pois considerou a sentença alta.
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