A fumaça das queimadas que ocorrem em grande quantidade no Pantanal do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul voltou a ser vista por curitibanos na manhã desta sexta-feira (2). O vento proporcionou um corredor de fumaça vindo da região da Amazônia até o Sul do Brasil e, no caminho ganhou, reforço da fumaça dos incêndios que ocorrem no Centro-Oeste brasileiro, na Bolívia, no Norte da Argentina, deixando essa nebulosidade no céu de Curitiba.
Segundo a empresa de meteorologia MetSul, imagens de satélite confirmam que a densidade da fumaça está não só sobre o Paraná, mas também Santa Catarina e São Paulo. “Está vendo o esbranquiçado na imagem de satélite de agora? Fumaça. Há muita fumaça sobre o Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Como não se tinha visto neste ano e raras vezes nos últimos anos”, postou a MetSul em sua conta no Twitter.
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Além do aspecto fosco e cinza ao longo do dia, a poluição do ar também deixa o céu alaranjado no início do dia e no fim do dia. A cor viva, laranja, fica linda nas fotos, mas na verdade é um problema. “Normalmente o céu alaranjado, tanto de manhã quando à noite, quando o sol está mais distante, é consequência da presença de poluentes, de poeira, no ar. Apesar de ser bonito, é uma situação que indica que o local está com presença elevada de poluentes e de poeira”, explicou pra Tribuna em setembro o meteorologista Samuel Braun do Simepar.
Procurado novamente pela Tribuna nesta sexta, Braun explica que a combinação de calor com tempo seco é perfeita para a percepção de qualquer tipo de fumaça. Com as queimadas no Pantanal que estão batendo recordes de registros, a fumaça avança divisa dos estados e até as fronteiras entre os países. “É até natural, pois estamos com tempo seco e quente. Tudo fica suspenso na atmosfera e fica essa névoa na cidade. Sem dúvida é resultado das queimadas, infelizmente”, lamenta Braun.
Tem que vir chuva
Para a fumaça se dissipar é preciso chover. Além de eliminar estes resíduos, a chuva aliviaria o problema no abastecimento de água de Curitiba e região metropolitana na pior estiagem da história. Entretanto, apesar de uma chance pequena de chuva sem intensidade nesta sexta, nos próximos dias não há nenhum sinal de chuva. “ O escoamento dos ventos está vindo e só mesmo a chuva para limpar. Existe até uma pequena chance de chuva para esta tarde”, comentou o meteorologista.
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A crise hídrica é grave em Curitiba e região e a Sanepar, empresa responsável pelo abastecimento no Paraná, já estuda a possibilidade de aumentar a rigidez no rodízio nas casas dos paranaenses.
Esta não é a primeira vez que a fumaça é percebida pelos curitibanos. Em setembro, moradores de vários bairros, especialmente na região norte da cidade deram relatos de cheiro de queimado.