O período de entressafra, somado aos problemas climáticos dos últimos meses levaram a cesta básica de novembro a passar pelo maior aumento registrado no ano, em Curitiba.

continua após a publicidade

O índice, divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ficou em 2,81%, influenciado principalmente por altas na batata (19,89%), na banana (13,58%) e no açúcar (8,57%).

Com o aumento em novembro, o conjunto de alimentos básicos passou a valer R$ 222,67, em Curitiba. O valor deixa a cidade com a sétima cesta mais cara entre as 17 capitais pesquisadas. O total mais alto é encontrado em Porto Alegre (R$ 254,62) e o mais baixo, em Aracaju (R$ 167,87).

As três únicas baixas detectadas pelo Dieese entre os alimentos básicos, em Curitiba, aconteceram com o leite (-6,82%, após índice de -4,90% em outubro), a carne (-1,32%, revertendo alta de 2,26% no mês anterior) e o café (-0,17%).

continua após a publicidade

Outras altas significativas aconteceram no tomate (7,39%), no óleo de soja (6,79%) e na manteiga (5,83%). O pão (1,99%), o arroz (1,21%) e o feijão (0,36%) tiveram leves aumentos, enquanto os preços da farinha de trigo ficaram estáveis em relação ao mês anterior.

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, apesar da forte alta, a batata subiu menos em Curitiba do que na maioria das outras capitais onde o produto é pesquisado.

continua após a publicidade

O item, no entanto, vem sofrendo aumentos desde setembro. Em agosto quando ainda registrou baixa em relação ao mês anterior , o quilo do item valia, na capital paranaense, R$ 1,64; em novembro, já custava R$ 2,17. Para Silva, os problemas climáticos são o principal motivo da alta.

Já o aumento do açúcar surpreendeu o Dieese, segundo Silva. “É interessante, porque o Paraná é um dos maiores produtores de cana do País”, analisa, lembrando que o comportamento dos preços, que vêm aumentando desde setembro, se repete no caso do etanol.

Ele lembra que, este ano, além do clima desfavorável, houve quebra de safra na Índia e aumento nas exportações brasileiras. Porém, mesmo todos esses fatores não justificam, para o economista, o patamar atual de preços dos produtos.

Acumulados

Mesmo com a alta de novembro, a cesta básica curitibana acumula baixas no ano (-2,93%) e nos últimos 12 meses (-2,34%). Em 2009, os destaques entre os aumentos ficaram com a batata (69,53%), o açúcar (57,02%) e o leite (16,31%).

Nos últimos 12 meses, o tomate (35,56%) entrou na lista das três principais altas, junto com, novamente, a batata (73,60%) e o açúcar (47,29%). Já as maiores baixas, tanto no ano como nos últimos 12 meses, vieram do feijão (-46,55% e -48,55%, respectivamente), da farinha de trigo (-23,21% e -21,82%) e do arroz (-18,54% e -18,14%).

Para Silva, a tendência para dezembro, a exemplo do que vem acontecendo nos últimos anos, é de nova alta na cesta básica, devido ao período de entressafra e a possíveis acréscimos no preço da carne.

Mesmo assim, o economista acredita que a alimentação feche o ano com baixa em relação a 2008. Para 2010, Silva prevê altas acompanhando os índices da inflação, estimados entre 4% e 4,5%.