Dezenas de cães espalhados e criados sem nenhuma condição de higiene numa casa de madeira abandonada. A denúncia é de quem vive ao redor da residência na esquina das ruas Raposo Tavares e Antônio César Casagrande, no Pilarzinho, que se tornou em canil clandestino. No local mora o casal Luiz e Nadir Sipneski. Na parte da frente do terreno tem uma casa grande, de dois andares e garagem ampla. Nos fundos do lote, fica a casa de madeira abandonada. Segundo os vizinhos, em toda a área vivem cerca de 80 cachorros.
“Não sabemos mais o que fazer. Em dias quentes, o mau cheiro se espalha pela vizinhança”, afirma Sebastiana Borges Portela, que mora ao lado da casa. “À noite não conseguimos dormir. Se passar a ambulância ou a viatura da polícia, a cachorrada fica doida e começa a latir sem parar”, conta.
Segundo o vendedor Lucian Henrique Suckow, que trabalha numa loja de informática ao lado da casa com os cachorros, a situação tem espantado a clientela. “Todos os clientes que entram na loja já chegam com o nariz tampado, não aguentando o fedor. Teve cliente que já chegou a vomitar com o mau cheiro”, relata. A aposentada Marli Nemitz, que mora numa casa aos fundos do canil improvisado, diz que é difícil manter a calma quando os cachorros começam a latir. “Tem dias que você releva, mas, às vezes não dá para aguentar e estressa demais, passo o dia inteiro de mau humor”, comenta. Os vizinhos já fizeram abaixo-assinado para tentar resolver o problema. “Coletamos quase 100 assinaturas, mas sempre que a prefeitura vem aqui e tenta entrar na casa, eles não atendem”, conta Sebastiana.
Advertência
Luiz Sipneski disse à Tribuna que há apenas 20 cães no local e a Vigilância Sanitária havia autorizado a criação dos animais. A Vigilância Sanitária nega essa autorização e informa que o único registro sobre o caso aconteceu em março do ano passado, quando a equipe conseguiu entrar na casa e advertiu os proprietários, que na época se comprometeram em se desfazer dos animais.
Proibida entrada de fiscais
Durante a tarde de ontem, equipes da Secretaria do Meio Ambiente e da Vigilância Sanitária estiveram na casa. “Os proprietários não permitiram a entrada, mas foi possível contar pelo menos 25 cães no local. Foi feito termo de intimação para a limpeza do terreno, que tem vários possíveis focos de dengue. Semana que vem a equipe vai retornar ao local para nova verificação”, informa a farmacêutica Lea Regina da Silva, da Vigilância Sanitária.