Cheiro forte de lixo, barulho das máquinas trabalhando 24 horas por dia e urubus rondando as proximidades das residências. Os moradores do bairro Caximba, em Curitiba, deixaram de conviver com estes problemas desde o encerramento das atividades do aterro sanitário mantido pela Prefeitura de Curitiba na região. O local que recebia o lixo da capital e dos municípios da Região Metropolitana que fazem parte do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos foi fechado completamente no dia 1º de novembro de 2010.

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“A principal diferença foi a diminuição do cheiro. Foi a única mudança bem significativa. Os urubus saíram, o barulho diminuiu. Eram 24 horas com as máquinas trabalhando no aterro”, comenta Jadir Silva de Lima, presidente da Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba, uma das associações que atuam no bairro.

No entanto, os moradores relatam problemas que o aterro ainda traz para o dia-a-dia. Com o fechamento, houve proliferação de ratos nas casas e estabelecimentos comerciais próximos ao depósito de lixo. Os ratos passaram a buscar alimentos frescos para sobreviver. “Muitos moradores precisaram colocar veneno em casa”, conta Lima.

Gás

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Outro problema sentido pelos moradores é o cheiro do gás gerado pela decomposição do lixo. Existem queimadores em todo o aterro, que eliminam estes gases. Mas, quando chove ou venta muito, estes equipamentos ficam sem a chama e o cheiro forte é sentido nas casas. “Muitas vezes vem esse cheiro forte de gás à noite. Ficamos com medo por estarmos próximos e também por ficar respirando isto com frequência”, comenta Maria Sueli Raksa Nickel, moradora do bairro há 50 anos.

Abandono

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Mais do que estes problemas e um ano depois do fechamento do aterro, os moradores do bairro continuam com o mesmo sentimento: o de abandono. Eles reclamam que falta infraestrutura na região. “Para cá, podia trazer lixo sem problemas. Mas, benefício, não dá. Até parece que ouviam mais a gente quando o aterro ainda estava funcionando. Continuamos nos sentindo esquecidos”, conta Lila Oslicki, moradora do bairro Caximba há 21 anos.