Uma menina de 8 anos foi resgatada pela polícia do lado de fora de um abrigo infantil, dentro do terreno, na noite da última sexta-feira (29). Ela teria ido parar fora das instalações do local depois de pegar uma maçã e um pedaço de queijo na geladeira do abrigo. A medida teria sido tomada como forma de castigo, aplicado pela cuidadora casa, que fica em Santa Felicidade, em Curitiba, na Rua Padre José Martini. A representante do abrigo contestou a versão, afirmando que a criança foi para o lado de fora por conta própria.
A menina foi encontrada por duas mulheres que passavam em frente ao local de carro, por volta das 22h30. Ela estava com um cobertor. O portão da entrada principal local estava cadeado. A criança disse às mulheres que pegou os alimentos porque estava com fome.
A Polícia Militar (PM) foi acionada e o caso foi parar na Central de Flagrantes. A cuidadora foi detida para prestar esclarecimentos e disse que foi a criança que foi para o lado de fora do abrigo. Outras duas irmãs da menina castigada, uma de 5 anos e outra de 13 anos, também moram lá.
Nos registros da ocorrência, atendida por uma equipe do 12.º Batalhão da PM, consta que os policiais confirmaram a situação de maus tratos com as solicitantes e com a menina. Também o motivo do suposto castigo aplicado pela cuidadora do orfanato – a maçã e queijo pegos na geladeira. Tanto a menina quanto a cuidadora foram encaminhadas para a Central de Flagrantes.
Por se tratar de um caso envolvendo menor de idade, os policiais entraram em contato com o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria). A orientação dos plantonistas do Nucria foi para que a PM, além de encaminhar os envolvidos para a Central de Flagrantes, acionasse o Conselho Tutelar de Curitiba.
A mulher responsável pelo abrigo prestou esclarecimentos e foi liberada. Já a menina, foi encaminhada para outro abrigo. No entanto, neste domingo (1), ela já havia retornado para o abrigo anterior, em Santa Felicidade. A menina ainda deve aguardar para ser ouvida pelo Conselho Tutelar, na presença de um juiz. Caso haja determinação para transferência definitiva dela para outro local, a lei determina que as irmãs vão com ela, para não ficarem afastadas.
A mãe das três teria residência no estado de São Paulo, mas não há confirmação oficial sobre esse dado e nem sobre o motivo das três meninas estarem no abrigo.
Em conversa informal, sem gravar entrevista, a representante do abrigo contestou a versão do castigo. Segundo ela, a própria menina teria desrespeitado o horário determinado para o jantar, pegando os itens na geladeira. Além disso, a menina teria saído do abrigo por conta própria, por uma das portas que estava aberta, para afrontar as normas do local. Um mal entendido teria começado quando as duas mulheres passaram de carro e viram a menina para fora, chamando a PM e levando o caso para a delegacia. Ainda segundo o abrigo, o portão principal estava cadeado, mas a outra entrada, pelos fundos, não.
A reportagem tentou contato com o advogado da representante de abrigo para ouvir a versão oficial dela sobre os fatos. A reportagem ainda aguarda o retorno do advogado.
A investigação do caso seguirá em segredo de justiça.
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