A publicação nas redes sociais do vídeo de uma dinâmica feita no plenário do julgamento de Luis Felipe Manvailer, condenado há 31 anos de prisão pela pela morte da esposa Tatiane Spitzner, deixou os internautas de cabelos em pé. Na cena, que viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (10), o advogado de defesa Claudio Dalledone Júnior simula uma agressão de esganadura no pescoço da sua assistente no júri, a advogada Maria Eduarda Lacerda. Segundo os advogados, tudo foi ensaiado para tentar demonstrar aos jurados que Luis Felipe não matou a Tatiane, mas, na ação, a assistente chega a se desequilibrar e só não cai porque se apoia na bancada.
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Após o vídeo da simulação de Dalledone viralizar, ele e a sua assistente gravaram um outro vídeo para explicar a dinâmica. A Maria Eduarda disse que não se sentiu em momento algum subjugada e que, como advogada, faria de tudo para defender seu cliente. “Para mim, foi uma honra participar dessa simulação perante os jurados. Na advocacia do Tribunal do Júri essa simulação é fundamental em grandes casos. Não me senti subjugada em momento algum. Foi tudo treinado, nós já tínhamos combinado, não fui pega de surpresa”, contou ela em um vídeo publicado com Dalledone.
“Ela participou de uma dinâmica simulada reproduzida em plenário para que o cidadão jurado tivesse consciência de que seria impossível uma esganadura sem deixar marca. Nós treinamos essa dinâmica, nós combinamos essa dinâmica, ela não teve nenhuma lesão, ela não foi subjugada”, explicou Dalledone.
Para encerrar o assunto da viralização do vídeo que, segundo comentários dos internautas “poderia denegrir a imagem da advogada como mulher”, a Maria Eduarda foi taxativa. “Ao contrário, isso está realçando a minha imagem como advogada. Tenho convicção de que os demais advogados também concordam que, para defendermos as nossas causas, nossas convicções, estamos dispostas a tudo em plenário”, finalizou.
Tribunal do Juri
O júri popular formado para julgar Manvailer tinha sete homens e nenhuma mulher. O biólogo foi condenado por feminicídio, homicídio por motivo fútil e meio cruel – asfixia. Ele também foi condenado por fraude processual. Na decisão, o juiz Adriano Scussiato Eyng não concedeu a Manvailer o direito de recorrer em liberdade, mantendo a prisão preventiva. Segundo laudo do IML na época do crime, Tatiane morreu por asfixia mecânica.
Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há dois anos e nove meses. Também foi determinado o pagamento de R$ 100 mil a título de danos morais para a família de Tatiane.
O caso
O biólogo Luis Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão por matar a advogada Tatiane Spitzner em Guarapuava, região Central do Paraná. O julgamento, que começou na última terça-feira (4) no fórum de Guarapuava, só terminou na noite de segunda-feira. O caso chocou o país em 22 de julho de 2018.