Após nove horas, terminou o primeiro dia do julgamento do médico Raphael Suss Marques, acusado de matar e jogar pela janela a fisiculturista Renata Muggiati. O caso ocorreu em 2015, em Curitiba. O julgamento teve início na tarde de quarta-feira (8).

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O dia foi bem agitado no Tribunal do Júri, onde pela ordem, foi sorteado o conselho de sentença. São cinco mulheres e dois homens, que irão determinar o resultado do julgamento.

Após a definição do conselho, o julgamento começou com o testemunho de oito pessoas que tiveram alguma relação com o caso, seja o perito que esteve na cena do crime ou mesmo o médico legista do Instituto Médico-Legal de Curitiba (IML).

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Segundo Maria Francisca Accioly, advogada assistente de acusação, as testemunhas relataram o que escreveram nos laudos da época, indicando que Renata foi morta dentro do apartamento e depois jogada pela janela.

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“Todas as testemunhas eram peritos oficiais que lavraram os laudos sobre o caso em si, confirmaram o que escreveram, deram mais um detalhe mais técnico e explicaram ao conselho de sentença de uma maneira mais leiga, que confirmaram que a Renata foi morta e jogada pela janela”, disse a advogada para a RPC

Cicatriz arregaçada

A família de Renata Muggiati acompanha o julgamento no Tribunal do Júri. Para Thereza Christina Gabriel, irmã de Renata, o sentimento é de tristeza e ela aguarda uma punição exemplar ao acusado.

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“É uma cicatriz que foi sangrando nesses oito anos. Uma hora mais, outra hora menos. Ela fechava, daqui a pouco abre. Hoje a cicatriz está arregaçada. Sentimento de muita tristeza. Eu espero da juíza e da Justiça uma pena exemplar, que demonstre para a sociedade paranaense que não tolera crime cruel com feminicídio“, lamentou Thereza.

2º dia de julgamento

O júri foi retomado nesta quinta (9), pouco depois das 9h. Devem ser ouvidos hoje o pai de Raphael, além de assistentes técnicos e o próprio réu, que está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A morte de Renata Mugiatti

Renata Muggiati morreu na madrugada do dia 12 de setembro de 2015, quando caiu do 31º andar de um prédio da Rua Visconde do Rio Branco, na esquina com Comendador Araújo, no Centro de Curitiba. Na noite do crime, Raphael Suss Marques teria dito à Polícia Militar (PM) que a mulher se jogou do prédio, porém, a DHPP desconfiou e encontrou elementos que pudessem acusá-lo de asfixiar e depois jogar o corpo da atleta pela janela, simulando então um suicídio.

Pouco depois da morte, os laudos sobre a morte se contradiziam: enquanto outros exames diziam que ela tinha sido assassinada, pois ela já estaria morta quando foi jogada pela janela do apartamento, o laudo de necropsia, feito por Daniel Colman, dizia que ela morreu quando caiu ao solo, ou seja, que estava viva quando despencou do prédio.

Não demorou muito e Raphael foi preso pela DHPP e, na época, negou o homicídio. Ele se defendeu dizendo que Renata sofria de depressão e que já tinha tentado suicídio outras duas vezes. O corpo da atleta foi exumado, a junta médica concluiu o homicídio com um novo exame, e Raphael, que foi preso algumas vezes novamente, ficou detido até agosto de 2017, quando conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade.

Nova prisão

Em 26 de fevereiro de 2019, o médico teve novamente pedida sua prisão pela juíza Taís de Paula Scheer. A magistrada determinou que a frequência de Marques em uma casa de pôquer da capital violava uma das condições para a sua liberdade.

De acordo com o despacho da juíza, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, Marques descumpriu a ordem de recolhimento e não estava em seu domicilio após as 22 horas, o que foi contra as normas impostas pela justiça para a liberdade. Em uma ocasião, ele foi flagrado jogando um torneio de pôquer.

O que??

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